23.12.06

Numerais por extenso

É só ler

      «O dia para esta manifestação não foi escolhido ao acaso. 22 de Dezembro é a data do solstício de Inverno e, de acordo com os dois activistas, representa o “recomeço” no calendário Maia [sic]» («Orgasmo colectivo a favor da paz mundial», Tânia Caria, Diário de Notícias, 22.12.2006, p. 22). Erro da jornalista e dos revisores. Se tivessem lido, entre outros, Daniel Ricardo, já saberiam, se o simples senso comum não lhes dissesse, que «os numerais cardinais que iniciam ou fecham períodos ou citações entre aspas e antecedidas de dois pontos» (Ainda Bem Que Me Pergunta — Manual de Escrita Jornalística, Lisboa, Editorial Notícias, 2003, p. 214) se escrevem por extenso. Só me estou a lembrar de uma excepção: se se tratar da transcrição de um diário, os numerais não se deverão escrever por extenso. Neste caso, bastava reformular a frase: «O dia 22 de Dezembro é a data do solstício de Inverno e, de acordo com os dois activistas, representa o “recomeço” no calendário maia.» Ou, entre outras: «O solstício de Inverno ocorre a 22 de Dezembro e, de acordo com os dois activistas, a data representa o “recomeço” no calendário maia.» Não é difícil encontrar numa mesma edição o mesmo erro: «2006 foi ano de novo disco, Masquerade, as canções com a marca Legendary Tiger-Man acompanhadas por curtas-metragens, as histórias imaginadas por quem trabalhou de perto com Paulo Furtado» («Natal em 12 compassos», DN/6.ª, Tiago Pereira, 22.12.2006, p. 44).