Saramagos, é isso?
«Dans les pays en développement, l’écrivain public est un personage important : il redige les lettres de ceux qui ne savent pas écrire (documents administratifs mais aussi messages personnels). Il traduit également dans la langue officelle du pays les messages de ceux qui ne parlent qu’un dialecte local. Aujourd’hui, on trouve aussi des écrivains publics dans certaines mairies françaises.» O tradutor resolveu verter assim, impunemente, para português: «Nos países em desenvolvimento, o escritor público é uma figura importante: redige as cartas dos que não sabem escrever (documentos administrativos, mas também mensagens pessoais). Traduz igualmente para a língua oficial do país as mensagens dos que só falam um dialecto local. Hoje em dia, encontram-se também escritores públicos em certas câmaras municipais francesas.» Eu conheci alguns destes «escritores públicos» em Portugal, a trabalhar nas autarquias e à porta do Arquivo de Identificação, na Gomes Freire. Contudo, entre nós, são redactores de cartas e de impressos da Administração Pública, que prestam os seus serviços aos cidadãos analfabetos, não são escritores públicos no sentido em que se usa esta locução. Em França até têm cursos universitários na Sorbonne (objectivos: «Cette formation se propose de former des professionnels de l’écriture capables de répondre aux besoins à la fois de la collectivité et des personnes privées, en apportant à tous publics une aide à la rédaction»), por exemplo, ao passo que cá basta(va) ser esperto e saber o abecedário.
«Dans les pays en développement, l’écrivain public est un personage important : il redige les lettres de ceux qui ne savent pas écrire (documents administratifs mais aussi messages personnels). Il traduit également dans la langue officelle du pays les messages de ceux qui ne parlent qu’un dialecte local. Aujourd’hui, on trouve aussi des écrivains publics dans certaines mairies françaises.» O tradutor resolveu verter assim, impunemente, para português: «Nos países em desenvolvimento, o escritor público é uma figura importante: redige as cartas dos que não sabem escrever (documentos administrativos, mas também mensagens pessoais). Traduz igualmente para a língua oficial do país as mensagens dos que só falam um dialecto local. Hoje em dia, encontram-se também escritores públicos em certas câmaras municipais francesas.» Eu conheci alguns destes «escritores públicos» em Portugal, a trabalhar nas autarquias e à porta do Arquivo de Identificação, na Gomes Freire. Contudo, entre nós, são redactores de cartas e de impressos da Administração Pública, que prestam os seus serviços aos cidadãos analfabetos, não são escritores públicos no sentido em que se usa esta locução. Em França até têm cursos universitários na Sorbonne (objectivos: «Cette formation se propose de former des professionnels de l’écriture capables de répondre aux besoins à la fois de la collectivité et des personnes privées, en apportant à tous publics une aide à la rédaction»), por exemplo, ao passo que cá basta(va) ser esperto e saber o abecedário.
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