Dinossauro al limón
Quando refiro estes casos de tradução, nunca quero (ou quero? já me esqueci) ensinar como se deve traduzir, mas sim apelar para o bom senso e o brio profissional dos tradutores. Veja-se mais um caso de estouvadice. «Les empreintes sur le terrain instruisent souvent le chercheur autant que l’étude du fossile lui-même. On dispose, par exemple, de plus de traces de dinosaures que de fossiles. Ces traces, comme dans le cas des fossiles, ont été conservées dans les terrains sédimentaires si elles ont été rapidement recouvertes par des cendres volcaniques ou du limon.» Ora vamos lá à tradução: «As pegadas no terreno informam muitas vezes tanto o investigador como o estudo do próprio fóssil. Existem, por exemplo, mais vestígios de dinossauros do que de fósseis. Estes vestígios, como no caso dos fósseis, são conservados nos terrenos sedimentares se tiverem sido rapidamente cobertos com cinzas vulcânicas ou limão.» Devia ser um rito funerário dos dinossauros: logo que um deles morria, cobriam-no de limões — para se conservar até aos nossos dias. Faziam o mesmo com as pegadas. Em francês, limon é o citrino mas também é a «terre molle qui, charriée par les eaux, se dépose sur les bords d’un fleuve». Vem do latim popular limonem, acusativo de limo, e este do latim clássico limus, «lama», étimo afinal do nosso limo. Logo, lodo ou limo seria a palavra que o tradutor deveria ter usado.
Quando refiro estes casos de tradução, nunca quero (ou quero? já me esqueci) ensinar como se deve traduzir, mas sim apelar para o bom senso e o brio profissional dos tradutores. Veja-se mais um caso de estouvadice. «Les empreintes sur le terrain instruisent souvent le chercheur autant que l’étude du fossile lui-même. On dispose, par exemple, de plus de traces de dinosaures que de fossiles. Ces traces, comme dans le cas des fossiles, ont été conservées dans les terrains sédimentaires si elles ont été rapidement recouvertes par des cendres volcaniques ou du limon.» Ora vamos lá à tradução: «As pegadas no terreno informam muitas vezes tanto o investigador como o estudo do próprio fóssil. Existem, por exemplo, mais vestígios de dinossauros do que de fósseis. Estes vestígios, como no caso dos fósseis, são conservados nos terrenos sedimentares se tiverem sido rapidamente cobertos com cinzas vulcânicas ou limão.» Devia ser um rito funerário dos dinossauros: logo que um deles morria, cobriam-no de limões — para se conservar até aos nossos dias. Faziam o mesmo com as pegadas. Em francês, limon é o citrino mas também é a «terre molle qui, charriée par les eaux, se dépose sur les bords d’un fleuve». Vem do latim popular limonem, acusativo de limo, e este do latim clássico limus, «lama», étimo afinal do nosso limo. Logo, lodo ou limo seria a palavra que o tradutor deveria ter usado.
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