4.7.07

Ortografia: videoconferência

A propósito

      «E-mail e vídeo-conferência no televisor lá de casa» (Nuno Sá Lourenço, Público/Digital, 30.06.07, p. 7). O Público insiste em grafar desta forma a palavra, embora não ignore que o elemento video- se solda sempre ao elemento que se segue: videoalarme, videoamador, videocâmara, videocassete, videofone, videografia, videojornal, videoteca…      Mais à frente: «Uma das soluções que estamos a estudar é receber no televisor as suas mensagens. Ou [,] por exemplo, vídeoconferência no mesmo televisor.» Pelo acento agudo, percebe-se que falta o hífen repetido na linha de baixo. Faltará mesmo? Lembram-se das instruções para as propostas de escrita das provas de aferição de Português? Pois bem, recordem-se que são erros ortográficos, entre outros (e o perigo de esta indicação não ser taxativa está à vista), a «ausência de duplo hífen na translineação de palavras com hífen». Isto é o que toda a gente diz, se bem que as gramáticas e prontuários afirmem algo diverso: «Como se sabe, o hífen usa-se no final de uma linha, se é necessário partir a palavra para continuá-la na linha seguinte. No caso de a palavra já conter em si um hífen e partir por aí no final da linha, é preferível repetir o hífen na linha seguinte, pois a escrita ficará mais clara» (Novo Prontuário Ortográfico, José Manuel de Castro Pinto, 2.ª ed., Plátano Editora, 2002, p. 179). Preferível. Não me parece muito judicioso tornar obrigatório o que sempre foi opcional.