Falemos de cores e não de cor
A locução scarlet letter, encontrável no corpus legal anglo-saxónico, tem origem no título homónimo da obra de Nathaniel Hawthorne. Nos EUA, vigora actualmente uma lei que impõe uma scarlet letter: «a license plate that indicates the automobile’s owner has been convicted of driving while drunk». Num dicionário online, pode ler-se: «Etymological Note: This is a more specific sense of scarlet letter ‘a badge or symbol worn to indicate the bearer has committed a crime,’ often used figuratively. It originated in Nathaniel Hawthorne’s 1850 book The Scarlet Letter, in which a scarlet-colored A was worn as punishment for adultery.» Para o leitor português, tal locução pouco significará, mesmo que se lhe acrescente o qualificativo «internacional». (Claro que não ajudará nada que, entre nós, o título da obra-prima de Hawthorne tenha sido traduzido por «A Letra Escarlate» e «A Letra Encarnada». Como traduzirão scarlet fever? «Encarnadina»?) Um exemplo: se o Conselho de Segurança das Nações Unidas congela os bens e proíbe alguém (habitualmente um ditador ou um criminoso de guerra) de viajar, isso é o equivalente a uma «international scarlet letter». Equivalente, ou seja, a locução não faz parte da linguagem jurídica internacional. A scarlet letter é um estigma.
A locução scarlet letter, encontrável no corpus legal anglo-saxónico, tem origem no título homónimo da obra de Nathaniel Hawthorne. Nos EUA, vigora actualmente uma lei que impõe uma scarlet letter: «a license plate that indicates the automobile’s owner has been convicted of driving while drunk». Num dicionário online, pode ler-se: «Etymological Note: This is a more specific sense of scarlet letter ‘a badge or symbol worn to indicate the bearer has committed a crime,’ often used figuratively. It originated in Nathaniel Hawthorne’s 1850 book The Scarlet Letter, in which a scarlet-colored A was worn as punishment for adultery.» Para o leitor português, tal locução pouco significará, mesmo que se lhe acrescente o qualificativo «internacional». (Claro que não ajudará nada que, entre nós, o título da obra-prima de Hawthorne tenha sido traduzido por «A Letra Escarlate» e «A Letra Encarnada». Como traduzirão scarlet fever? «Encarnadina»?) Um exemplo: se o Conselho de Segurança das Nações Unidas congela os bens e proíbe alguém (habitualmente um ditador ou um criminoso de guerra) de viajar, isso é o equivalente a uma «international scarlet letter». Equivalente, ou seja, a locução não faz parte da linguagem jurídica internacional. A scarlet letter é um estigma.
1 comentário:
Antes das scarlet letters, outros estigmas prevaleceram, como os sambenitos, que os condenados pela Inquisição, por heresia, eram obrigados a usar, em público.
Em 717, tem-se notícia de que, pelo Pacto de Umar, os cristãos, que residiam em terras muçulmanas, eram obrigados a usar distintivos em suas roupas.
Na Alemanha nazista, os judeus eram obrigados a mostrar uma estrela de David amarela, no peito.
Mais recentemente, o regime Talibã, no Afeganistão, obrigou os hindus a se identificarem com um distintivo amarelo.
Nos Estados Unidos, cada um dos 50 estados possui as suas próprias leis, inclusive as de trânsito; os proprietários de veículos que fossem condenados por DWI (driving while intoxicated, por álcool, drogas ou narcóticos), após cumprirem as penas, seriam obrigados a utilizarem placas especiais em seus veículos (por exemplo, em Arkansas, placas cor de rosa), o que, parece-me, não foi aprovado, por serem scarlet letters discriminatórias.
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