19.9.07

Cadafalso e catafalco

Confusões

«Depois de depositada a urna no catafalco, a Banda da GNR interpretará o hino nacional» («Aquilino vai partilhar a sala com Humberto Delgado», Sandra Silva Costa, Público, 19.09.2007, p. 2). Por outro lado, pergunto a mim mesmo se o termo «catafalco» não merecia os mesmos cuidados que teve o vocábulo «cenotáfio». Com a polémica à volta do caso, ainda alguns leitores de boa-fé (e ignorantes, que, espantem-se!, também os há) vão dizer: «Ah, mas está muito bem que o ponham no patíbulo, afinal era um regicida!» Troca de verbetes: catafalco, do italiano catafalco, é o apoio sobre o qual se coloca um caixão, o mesmo que essa. Cadafalso, por sua vez, vem do catalão cadafal e é o palanque sobre o qual se executam condenados à morte. Embora, é bom que se veja, o catalão cadafal (s. XIII; d’origen incert, potser d’un ll. vg. *catafalicum, encreuament de fala ‘torre de fusta’ i catasta ‘estrada per a la venda d’esclaus’, amb el sufix -icum, segundo o Gran Diccionari de la llengua catalana) designe não apenas a «plataforma dreçada per a l’execució d’un condemnat», mas também «túmul».

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