Como?
«“Oficialmente, Dalai Lama não é recebido por responsáveis do Governo português, como é óbvio”, declarou a jornalistas o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, à margem da reunião informal dos chefes das diplomacias dos Vinte e Sete, que ontem terminou em Viana do Castelo» («Governo evasivo sobre visita de Dalai Lama», Público, 9.09.2007, p. 8). O dislate não é, desta vez, do jornalista, mas do ministro. Dito assim, até parece que «dalai-lama» é o nome e não a função da pessoa, neste caso Tenzin Gyatso. Sendo uma função equivalente à de papa, substitua então o ministro um pelo outro e diga, sem se rir: «Oficialmente, Papa não é recebido por responsáveis do Governo português, como é óbvio.» O jornalista, repito, escreveu correctamente: «Instado sobre por que razões considerava óbvia a recusa do Governo de Lisboa em receber oficialmente o Dalai Lama, Luís Amado afirmou: “Pelas razões que são conhecidas.” Apesar de não ser recebido pelo Governo nesta sua segunda visita a Portugal, para uma conferência pública e ensinamentos budistas, o Dalai Lama vai manter encontros com deputados portugueses e com o alto-representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações, Jorge Sampaio.»
«“Oficialmente, Dalai Lama não é recebido por responsáveis do Governo português, como é óbvio”, declarou a jornalistas o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, à margem da reunião informal dos chefes das diplomacias dos Vinte e Sete, que ontem terminou em Viana do Castelo» («Governo evasivo sobre visita de Dalai Lama», Público, 9.09.2007, p. 8). O dislate não é, desta vez, do jornalista, mas do ministro. Dito assim, até parece que «dalai-lama» é o nome e não a função da pessoa, neste caso Tenzin Gyatso. Sendo uma função equivalente à de papa, substitua então o ministro um pelo outro e diga, sem se rir: «Oficialmente, Papa não é recebido por responsáveis do Governo português, como é óbvio.» O jornalista, repito, escreveu correctamente: «Instado sobre por que razões considerava óbvia a recusa do Governo de Lisboa em receber oficialmente o Dalai Lama, Luís Amado afirmou: “Pelas razões que são conhecidas.” Apesar de não ser recebido pelo Governo nesta sua segunda visita a Portugal, para uma conferência pública e ensinamentos budistas, o Dalai Lama vai manter encontros com deputados portugueses e com o alto-representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações, Jorge Sampaio.»
2 comentários:
... E eu pergunto: Porque não recebê-lo? Inconveniência, respeito, a quem, a Igreja católica?
Santa ignorância!!!
Só temos a aprender com outras culturas. ( É o meu ponto de vista ).
Francisca Simões
Porquê receber o Papa e não o Dalai Lama? Eu acho que a resposta é simples.
O Papa é o representante máximo da religião católica. Por outro lado, diz ser um mortal Alemão.
O Dalai-Lama é o representante máximo da religião Budista. Por outro lado, diz ser a décima quarta encarnação, de uma das representações de Avalokiteśvara.
Ora bem, acho que entre o ser e o dizer que é, vai um longo caminho. O suficiente para não ser recebido com honras de estado.
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