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Tens a culpa, Eufémia
Não sou, nem pouco mais ou menos, um recta-pronúncia, embora procure sempre falar bem, articulando correctamente as sílabas. Não sou, por isso mesmo, suspeito ao afirmar que estranho muito e condeno que muita gente — e especialmente, que é o que interessa aqui, pelas repercussões, os jornalistas — não pronuncie o s da palavra «transgénico». «Trangénicos», dizem eles. «Crime», digo eu. Se o s está lá, é para se ler, ou não?
Tens a culpa, Eufémia
Não sou, nem pouco mais ou menos, um recta-pronúncia, embora procure sempre falar bem, articulando correctamente as sílabas. Não sou, por isso mesmo, suspeito ao afirmar que estranho muito e condeno que muita gente — e especialmente, que é o que interessa aqui, pelas repercussões, os jornalistas — não pronuncie o s da palavra «transgénico». «Trangénicos», dizem eles. «Crime», digo eu. Se o s está lá, é para se ler, ou não?
3 comentários:
No Brasil, em 23/09/2003, o “Observatório da Imprensa” debateu a questão dos alimentos geneticamente modificados, os transgênicos (http://linguistica.publico.clix.pt/duvida.aspx?id=2298)
No debate, chegaram à conclusão que o tema transgênico, bem como a pronúncia dessa palavrinha, não é fácil.
Posteriormente, apareceu um esclarecimento (http://linguistica.publico.clix.pt/duvida.aspx?id=2298):
“A dúvida parece recair sobre a pronúncia do -s- na primeira sílaba da palavra transgénico. Se as sílabas fossem lidas pausadamente, a sua transcrição corresponderia a trans [trãZ] - gé ['ZÈ] - ni [ni] - co [ku], o que originaria uma repetição do som [Z] (este símbolo representa o som da letra j em já ou judo, mas é também o som correspondente à letra s quando esta precede uma consoante sonora, como o som [Z]): [trãZ'ZÈniku]. No entanto, como o nosso sistema articulatório tem dificuldade em pronunciar duas consoantes idênticas seguidas, elas são fundidas num só som: [trã'ZÈniku].
(...).”
Melhor deixar cada um pronunciar como quiser.
Caro Roberto Benévolo
A lei do menor esforço pode descaracterizar a língua. Não será melhor insistir que as pessoas falem correctamente?
Já com o "pobre" Almeida Garrett sucede precisamente o contrário: muitas pessoas, mesmo algumas com idade suficiente para ter juízo, retiram do apelido o som "t" em posição final. É uma espécie de "francesismo" bacoco, como sempre alastrando por contágio.
Citando o próprio, "o meu nome tem dois tês; é favor ao menos pronunciarem um deles".
Essa dos "trangénicos" fez-me lembrar a do "tefone"; lei do menor esforço e um pouquinho de jactância, talvez?
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