7.9.07

Estrangeirismos

Take guilt

Um leitor, Júlio Alves, avisa-me: «Já temos um chief nursing officer, por despacho do Ministro António Correia de Campos (DR, 2.ª série, 31/08/2007). Aguarda-se a nomeação do xerife (não na sua etimologia árabe…).» Fui confirmar para lamentar. De facto, na 2.ª série do Diário da República, n.º 168, lá está o Despacho n.º 19 816/2007: «Considerando a importância que tem para o País a função de chief nursing officer, no âmbito da política de enfermagem, que providencia um aconselhamento especializado nas matérias desta área da prestação de cuidados, com relevância específica no que concerne a medidas de intervenção na actuação dos enfermeiros; Considerando as qualidades pessoais e experiência profissional do enfermeiro Sérgio Gomes, mestre em Ciências de Enfermagem, designadamente o seu trabalho como representante da Direcção-Geral da Saúde nas reuniões do Chief Nursing Officers desde 2005; Considerando que o enfermeiro Sérgio Gomes se encontra actualmente a coordenar a organização da próxima Reunião Internacional para os dias 15 e 16 de Novembro de 2007, no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia: Designo o enfermeiro Sérgio David Lourenço Gomes para chief nursing officer, competindo-lhe desenvolver as seguintes atribuições: […].»
É assim que os governantes defendem a língua portuguesa? Pergunto: não saía da cachimónia de nenhum assessor uma designação legitimamente portuguesa? O Inglês obrigatório é para isto? Na página 3 da edição n.º 13, de Julho de 2004, da revista da Ordem dos Enfermeiros, leio a seguinte nota do tradutor em relação à locução chief nursing officer: «A tradução literal “chief nurse” e “chief nursing officer” não se adequam à realidade nacional [,] pelo que optamos por adaptar a tradução à função desempenhada por estes enfermeiros na maioria dos estados-membros [sic].» A designação encontrada foi «assessor ministerial de enfermagem».

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