8.9.07

Uso do hífen

Simples, por favor

Atenção: o jornal Público começou hoje a escrever o conjunto «casa de banho» com hífenes! «Um apito e uma lanterna para obrigar indianos a ir à casa-de-banho» (Público/P2, 8.09.2007, p. 5). Parece ser uma convicção firme, pois escreve assim onze vezes, mas recentíssima: no dia 2 do corrente, por exemplo, punha o senador Larry Craig a instar por sexo contranatura numa casa de banho convenientemente desifenizada: «Não havia outra saída para Larry Craig, um ultraconservador do Estado conservador de Idaho, após terem surgido notícias de que o senador se tinha declarado culpado de conduta lasciva por ter solicitado sexualmente um homem numa casa de banho pública de um aeroporto» («O senador anti-gay demitiu-se», Maria João Guimarães, P2, 2.09.2007, p. 7). E dois dias depois, ainda, como não, a propósito do picolho hipócrita, lá estava uma latrina do mesmo género, igualmente desataviada de hífenes: «Então não é que um senador do Partido Republicano dos EUA, conservador e puritano, anti-gay, foi preso por conduta obscena numa casa de banho de um aeroporto do Minnesota?» («A conduta obscena da lei americana», José Vítor Malheiros, 4.09.2007, p. 33). Como é que em quatro dias se esqueceram de que nas locuções substantivas o hífen é dispensável?

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