Larry Craig dispensa o hífen
«Não havia outra saída para Larry Craig, um ultraconservador do Estado conservador de Idaho, após terem surgido notícias de que o senador se tinha declarado culpado de conduta lasciva por ter solicitado sexualmente um homem numa casa de banho pública de um aeroporto. Craig sairá a 10 de Setembro» («O senador anti-gay demitiu-se», Maria João Guimarães, Público/P2, 2.09.2007, p. 7). Vejamos. Nos vocábulos em cuja formação entra o prefixo anti-, usa-se o hífen antes de h, i, r, s. Logo, não se usa antes de g. Antigás ou antigásico, antiglobalização, antigovernamental, antiguerra… Mas, lembra-me o leitor benévolo, o vocábulo gay não é português. Pois não, viu bem. Assim, que híbrido é este, com o prefixo anti- em romano e o vocábulo gay em itálico? De resto, leio este título no The New York Times: «Four Men Plead Guilty in an Antigay Attack». A jornalista deveria ter escrito «antigay», pois «anti-gay» não é português nem inglês.
«Não havia outra saída para Larry Craig, um ultraconservador do Estado conservador de Idaho, após terem surgido notícias de que o senador se tinha declarado culpado de conduta lasciva por ter solicitado sexualmente um homem numa casa de banho pública de um aeroporto. Craig sairá a 10 de Setembro» («O senador anti-gay demitiu-se», Maria João Guimarães, Público/P2, 2.09.2007, p. 7). Vejamos. Nos vocábulos em cuja formação entra o prefixo anti-, usa-se o hífen antes de h, i, r, s. Logo, não se usa antes de g. Antigás ou antigásico, antiglobalização, antigovernamental, antiguerra… Mas, lembra-me o leitor benévolo, o vocábulo gay não é português. Pois não, viu bem. Assim, que híbrido é este, com o prefixo anti- em romano e o vocábulo gay em itálico? De resto, leio este título no The New York Times: «Four Men Plead Guilty in an Antigay Attack». A jornalista deveria ter escrito «antigay», pois «anti-gay» não é português nem inglês.
3 comentários:
Já que o senador americano Larry Craig (R-ID) está na berlinda por um simples hífen, acrescento.
O senador Craig vai renunciar em 30/09/2007, devido a um confuso encontro em um sanitário masculino no Aeroporto Internacional de Minneapolis – Minnesota, com um policial, que o acusou de conduta lasciva (MSS 609.72, Disorderly Conduct).
Em 11/06/2007, o policial Dave Karsnia foi designado para investigar atividades sexuais obscenas, que estariam ocorrendo em um dos sanitários do aeroporto.
O policial entrou em um dos compartimentos vazios, de onde podia observar, por baixo das paredes divisórias, os dois compartimentos laterais.
Com sua prática de investigação, o policial sabia que era hábito dos que solicitam a realização de atos sexuais obscenos colocarem valises em frente à porta do compartimento ocupado, para não serem vistos pela frente, baterem levemente na parede divisória do compartimento ao lado e procurarem encostar o pé, por baixo da parede divisória, no pé do parceiro.
Foi exatamente como agiu o senador Craig, que ocupou o compartimento ao lado do compartimento do policial.
O policial se identificou ao senador Craig, que foi detido e levado ao Centro de Operações da Polícia do aeroporto, onde foi autuado.
A renúncia está no site
http://craig.senate.gov/keyportal.cfm
O auto de detenção está no site
http://www.talkingpointsmemo.com/docs/craig-arrest-doc/?resultpage=2&
A síntese do Roberto Benévolo é insuperável. Eu apenas não sabia o nome do polícia.
O senador Larry Craig decidiu não mais renunciar ao mandato, como havia comunicado ao Senado dos Estados Unidos, apesar de ter-lhe sido negada a retirada da queixa, pelo juiz Charles A. Porter, Jr., do Estado da Minnesota.
A decisão judicial (“Defendant’s Motion to Withdraw Plea is hereby DENIED.”) está publicada no site
http://www.mncourts.gov/documents/4/Public/4th_Suburban_Courts/Southdale/State_of_Minnesota_v_Larry_Edwin_Craig_10-4-07.pdf
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