Touro mecânico
Ler pode ser perigoso. «Luís Carloto Marques, deputado do MPT, eleito nas listas do PSD, denunciou o “acto gratuito de crueldade sobre os animais”, que marcou as últimas festas do Montijo. Os requerimentos que apresentou ainda não obtiveram resposta, mas esta prática (largada de touros com êmbolos de fogo) já havia sido proibida no passado, em Santarém, graças a uma providência cautelar interposta por associações de defesa dos animais» («Touro em chamas», Visão, n.º 762, 11.10.2007, p. 37). Êmbolos? Só faltam as bielas. Bem, nem sequer «embolo», que somente existe como forma verbal. Embolar é, no contexto, como os meus leitores sabem, pôr bolas (na linguagem do meio, embolas), de couro e de metal, como a lei exige, nos cornos dos touros. O substantivo registado é «embolação». Tanto quanto se pode avaliar pelas três fotografias publicadas pela Visão (o vídeo no YouTube deixou de estar disponível), trata-se precisamente de embolar os touros com uma substância que se põe a arder. Por coincidência, na mesma edição desta revista, é usada a palavra «embolador»: «Junto dos curros, José Alcachão é o embolador de serviço» («Por detrás da arena», Sara Rodrigues, Visão/Sete, p. 6).
Ler pode ser perigoso. «Luís Carloto Marques, deputado do MPT, eleito nas listas do PSD, denunciou o “acto gratuito de crueldade sobre os animais”, que marcou as últimas festas do Montijo. Os requerimentos que apresentou ainda não obtiveram resposta, mas esta prática (largada de touros com êmbolos de fogo) já havia sido proibida no passado, em Santarém, graças a uma providência cautelar interposta por associações de defesa dos animais» («Touro em chamas», Visão, n.º 762, 11.10.2007, p. 37). Êmbolos? Só faltam as bielas. Bem, nem sequer «embolo», que somente existe como forma verbal. Embolar é, no contexto, como os meus leitores sabem, pôr bolas (na linguagem do meio, embolas), de couro e de metal, como a lei exige, nos cornos dos touros. O substantivo registado é «embolação». Tanto quanto se pode avaliar pelas três fotografias publicadas pela Visão (o vídeo no YouTube deixou de estar disponível), trata-se precisamente de embolar os touros com uma substância que se põe a arder. Por coincidência, na mesma edição desta revista, é usada a palavra «embolador»: «Junto dos curros, José Alcachão é o embolador de serviço» («Por detrás da arena», Sara Rodrigues, Visão/Sete, p. 6).
Já depois de ter redigido este texto, pedi ao embolador António Estorninho um esclarecimento. A sua resposta foi: «O nome correcto é “embolas ou êmbolas de fogo”. Este modelo de embolas é totalmente diferente das usadas nas nossas corridas, onde se lidam reses emboladas. As embolas de fogo são formadas por uma armação de ferro, ajustada ao corno com a extremidade envolta em tecido embebido num líquido inflamável.»
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