21.12.07

«Bola de Berlim»?

Imagem: http://img.olhares.com/

Mitos urbanos


«Afinal, tudo não passava de um mito urbano. A venda de bolas de Berlim nas praias nunca foi proibida, tal como nunca houve lei alguma que proibisse o bolo-rei de ter brinde» («Bolas de Berlim voltam à praia com ok da ASAE», Ana Kotowicz, Meia Hora, 21.12.2007, p. 6). Se se deve escrever «couve-de-bruxelas» e não «couve de Bruxelas», «folha-de-flandres» e não «folha de Flandres», «água-de-colónia» e não «água de Colónia», «porco-da-índia» e não «porco da Índia», então por que diabo continuamos a escrever «bola de Berlim»? Poucos dicionários registam a locução, mas os que o fazem, como o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa, é assim que a registam. Seja bola-de-berlim!

Actualização em 23.07.2009

Ora aqui temos bem grafado: «Mas quando viu o senhor que vende bolos na praia, levantou-se num ápice e dirigiu-se a ele: em poucos minutos tinha duas bolas-de-berlim na sua posse» («Norton de Matos não resiste à bola-de-berlim», Rita Bravo, Diário de Notícias, 22.07.2009, p. 53).

Actualização em 28.07.2009

Era aqui temos mal grafado: «A freguesia, que fez do acontecimento anedota, não trocou as bolas de Berlim com creme pelos recém-chegados muffins de chocolate crocante com sementes de gergelim e espuma de baunilha, pelo que rapidamente se escoou para outras paragens» («Leite entornado», Nuno Pacheco, Público/P2, 27.07.2009, p. 3).

4 comentários:

Anónimo disse...

A bola-de-berlim portuguesa, no Brasil, é chamada de sonho.

Álvaro disse...

Sobre o uso, caótico, do hífen neste tipo de “compostos”, vd. a dissertação de mestrado de Maria Manuela do S. P. Gomes: Os Nomes Compostos nos Dicionários Portugueses. O Hífen e a Variação Gráfica, defendida na Universidade do Minho em 31 de Outubro de 2006.
Abraço e feliz 2008.

Helder Guégués disse...

Obrigado, Roberto.

Helder Guégués disse...

Obrigado, Álvaro. Um abraço e um óptimo 2008.