Se há quem…
A leitora Bárbara Godinho pede-me que explique a diferença entre gourmet e gourmand, pois são palavras usadas na imprensa portuguesa e nunca percebeu a diferença, se a há. Tem razão, são usadas na imprensa. Mas não apenas usadas: recentemente, a revista Actual, do Expresso, publicava um texto do crítico literário Vítor Quelhas a que pertence o seguinte trecho: «A palavra gourmet é de origem francesa (etimologicamente próxima da palavra “gourmand”, guloso, glutão), mas na Antiguidade significava apenas um bom encarregado e conhecedor de vinhos. O gourmet aprecia e desfruta a qualidade, o gourmand adora a substancial sensação da quantidade» («O bom gourmet», Vítor Quelhas, Expresso/Actual, 22.12.2007, p. 37).
A leitora Bárbara Godinho pede-me que explique a diferença entre gourmet e gourmand, pois são palavras usadas na imprensa portuguesa e nunca percebeu a diferença, se a há. Tem razão, são usadas na imprensa. Mas não apenas usadas: recentemente, a revista Actual, do Expresso, publicava um texto do crítico literário Vítor Quelhas a que pertence o seguinte trecho: «A palavra gourmet é de origem francesa (etimologicamente próxima da palavra “gourmand”, guloso, glutão), mas na Antiguidade significava apenas um bom encarregado e conhecedor de vinhos. O gourmet aprecia e desfruta a qualidade, o gourmand adora a substancial sensação da quantidade» («O bom gourmet», Vítor Quelhas, Expresso/Actual, 22.12.2007, p. 37).
De facto, originalmente, segundo Le Trésor de la Langue Française Informatisé, gourmet era «celui qui sait goûter et apprécier les vins; connaisseur en vin». Por extensão de sentido, passou a ser também, e agora quase exclusivamente, «celui qui apprécie la qualité, le raffinement d’une table, d’un mets particulier». Quanto a gourmand, antigamente era apenas aquele «qui mange avec avidité et avec excès», passando depois a ser também aquele «qui aime la bonne nourriture et qui sait l’apprécier». Diferenças? Bem…
2 comentários:
Há uma coisa que faz espécie no texto citado do Expresso: "mas na Antiguidade..."
Pode ser mania minha, mas "Antiguidade" maiusculada, para mim, é aquela que acabou por meados do séc. V d.C. e, nessa altura, não havia língua francesa...
Não podíamos estar mais de acordo.
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