Nominho ao Algarve
Tenho uma prima em 2.º grau, moçoila rural vai para dez anos transplantada para uma cidade do interior, que, ainda que não particularmente atreita a «inhar» a realidade (perdoe-se-me o neologismo, acabado de inventar: com ele pretendo significar o uso de diminutivos), nunca diz «até logo», mas sempre «até loguinho». A prima R., sorte a nossa, não escreve para os jornais e revistas. Não escreve nada. Talvez nunca tenha escrito, mas isso não o afianço, sequer uma carta à revista Maria («O meu namorado tem dois pénis. Que me aconselham a fazer?»).
Há, contudo, diminutivos com um significado pleno, autónomo da palavra de que derivam. Atente-se neste exemplo: «Para aliviar os pais, José trouxe para Lisboa a irmã Conceição, que logo caiu nas graças de Salazar e lhe deu o nominho de Micas» («A filha adoptiva de Salazar», José Pedro Castanheira, 17.11.2007, Expresso/Actual, p. 62). Em Cabo Verde (ver aqui, aqui e aqui) e no Brasil, é comum usar o vocábulo «nominho» para hipocorístico. A ter tradução, a palavra inglesa nickname teria em «nominho» a correspondência perfeita. Mais uma vez, não o vejo dicionarizado, excepto na MorDebe.
Tenho uma prima em 2.º grau, moçoila rural vai para dez anos transplantada para uma cidade do interior, que, ainda que não particularmente atreita a «inhar» a realidade (perdoe-se-me o neologismo, acabado de inventar: com ele pretendo significar o uso de diminutivos), nunca diz «até logo», mas sempre «até loguinho». A prima R., sorte a nossa, não escreve para os jornais e revistas. Não escreve nada. Talvez nunca tenha escrito, mas isso não o afianço, sequer uma carta à revista Maria («O meu namorado tem dois pénis. Que me aconselham a fazer?»).
Há, contudo, diminutivos com um significado pleno, autónomo da palavra de que derivam. Atente-se neste exemplo: «Para aliviar os pais, José trouxe para Lisboa a irmã Conceição, que logo caiu nas graças de Salazar e lhe deu o nominho de Micas» («A filha adoptiva de Salazar», José Pedro Castanheira, 17.11.2007, Expresso/Actual, p. 62). Em Cabo Verde (ver aqui, aqui e aqui) e no Brasil, é comum usar o vocábulo «nominho» para hipocorístico. A ter tradução, a palavra inglesa nickname teria em «nominho» a correspondência perfeita. Mais uma vez, não o vejo dicionarizado, excepto na MorDebe.
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