Estava-se mesmo a ver
No Ciberdúvidas, querem descobrir a pólvora. Um leitor perguntou se existe em português a palavra «bioxene». O consultor A. Tavares Louro começa por afirmar que «os sons da língua original não são facilmente adaptáveis à língua portuguesa», para concluir que, «no entanto, a grafia /viaxene/ parece-nos a mais adequada». Bem, a verdade é que o aportuguesamento do francês vieux-chêne já existe há muito tempo. E, correcto ou incorrecto, fixou-se em duas formas: bioxene e vioxene. Mais esta, na verdade, do que aquela. E foi munido desta última que eu, mais do que uma vez, fui à drogaria do Sr. Zé Mariano comprar o produto. «Queria 100 gramas de vioxene, Sr. Zé Mariano.» Nunca o homem, na dúvida, me pediu: «Escreva lá isso.» Não. Ia buscar, embrulhava numa folha das Páginas Amarelas e pesava.
São assim, os académicos. Para umas coisas, dão a voz ao povo, para outras, arvoram-se em porta-vozes do povo.
No Ciberdúvidas, querem descobrir a pólvora. Um leitor perguntou se existe em português a palavra «bioxene». O consultor A. Tavares Louro começa por afirmar que «os sons da língua original não são facilmente adaptáveis à língua portuguesa», para concluir que, «no entanto, a grafia /viaxene/
São assim, os académicos. Para umas coisas, dão a voz ao povo, para outras, arvoram-se em porta-vozes do povo.
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