Matraca da Semana Santa: http://sarrabal.blogs.sapo.pt/
Santo matraquear
* No Evangelho segundo São Lucas (23,44-45), lê-se: «Por volta do meio-dia, as trevas cobriram toda a região até às três horas da tarde. O Sol tinha-se eclipsado e o véu do templo rasgou-se ao meio.»
Santo matraquear
Um leitor brasileiro, Mário, pergunta-me a origem da palavra «matraca». E, para não haver equívocos, acrescenta: «Aquele instrumento barulhento que, na Semana Santa, se usa nas procissões?» Na verdade, seja qual for a acepção, o étimo é o mesmo: o árabe hispânico maṭráqa, e este do árabe clássico miṭraqah, «martelo». Na definição do Dicionário Houaiss: «peça de madeira com uma plaqueta ou argola que se agita barulhentamente em torno de um eixo, usada especialmente como instrumento litúrgico em substituição da sineta durante a quinta-feira e sexta-feira da Semana Santa». A definição do DRAE é menos politicamente correcta: «Instrumento de madera compuesto de un tablero y una o más aldabas o mazos, que, al sacudirlo, produce ruido desapacible.» Tão desagradável — simboliza os trovões que ensurdeceram o povo de Jerusalém após a morte de Jesus Cristo* —, na verdade, que «matraca» passou também a significar a pessoa tagarela que nos mói o juízo. Também chamada matraca-da-quaresma. Matraquear, matracolejar e afins, todos reforçam a justeza da definição espanhola.
* No Evangelho segundo São Lucas (23,44-45), lê-se: «Por volta do meio-dia, as trevas cobriram toda a região até às três horas da tarde. O Sol tinha-se eclipsado e o véu do templo rasgou-se ao meio.»
1 comentário:
Eu sou matraqueiro em Diamantina, Minas Gerais.
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