Quase acertavam
Como traduzir a palavra inglesa canyon? Isso mesmo: por «ravina», «vale profundo com rio», «desfiladeiro». Mas tratar-se-á exactamente do mesmo? É esse o problema da tradução. Neste caso, os Brasileiros têm uma forma aparentemente expedita de traduzir a palavra. O artigo do The New York Times, assinado por John Noble Wilford, dizia: «By dating mineral deposits inside caves up and down the canyon walls, the geologists said they determined the water levels over time as erosion carved out the mile-deep canyon as it is known today. They concluded that the canyon started from the west, then another formed from the east, and the two broke through and met as a single majestic rent in the earth some six million years ago» («Grand Canyon Still Grand but Older», 7.3.2008). O Jornal do Brasil traduziu assim: «Ao datar os depósitos minerais dentro das cavernas do cânion, os geólogos disseram que determinaram os níveis de água ao longo do tempo, à medida que a erosão esculpiu o cânion de 1.600 metros de profundidade como é conhecido hoje. Eles concluíram que um cânion começou no Oeste, outro, no Leste, os dois avançaram e se encontraram formando uma escultura majestosa e única na Terra, há 6 milhões de anos» («Grand Canyon é três vezes mais velho do que se pensa», 8.3.2008, p. A23). O Dicionário Houaiss, contudo, ao registar «cânion», afirma que é a forma não preferencial de «canhão». Logo, canhão é a melhor tradução de canyon.
O Grande Dicionário da Língua Portuguesa, coordenado por José Pedro Machado, regista também a forma canhom: «Canhom, s. m. Formação orográfica, também chamada canhão.» Na língua espanhola há o termo cañón: «Paso estrecho o garganta profunda entre dos altas montañas, por donde suelen correr los ríos.»
Sem comentários:
Enviar um comentário