Nada mudou
Rui Tavares vem hoje lembrar, com a sua habitual lucidez, na sua crónica no Público, outra tentativa de reforma ortográfica: «Na década de 1770, o Marquês de Pombal pediu aos censores do rei que tomassem uma decisão entre as várias propostas de ortografia que então surgiam — a de Luís António Verney, a de António José dos Reis Lobato e a de João Pinheiro Freire da Cunha, entre outras — para que a coroa a pudesse utilizar nos seus documentos oficiais. Depois de dois anos em discussão, os censores discordavam de quase tudo e baixaram os braços. Havia apenas uma decisão tomada: uma vez que a letra y não tem, em português, uma pronúncia diferente da letra i, poderia com vantagem ser abolida. Até que alguém se lembrou: não podemos! Não podemos, porque el-rey se escreve com ípsilon... e sua majestade “assim escreve na sua real firma”. […] A obsessão com o que não se pode fazer, em Portugal em geral e em particular, ganha sempre à ideia do que se pode fazer» («O y do rey», Público, 14.4.2008, p. 42). Vale a pena ler toda a crónica.
Rui Tavares vem hoje lembrar, com a sua habitual lucidez, na sua crónica no Público, outra tentativa de reforma ortográfica: «Na década de 1770, o Marquês de Pombal pediu aos censores do rei que tomassem uma decisão entre as várias propostas de ortografia que então surgiam — a de Luís António Verney, a de António José dos Reis Lobato e a de João Pinheiro Freire da Cunha, entre outras — para que a coroa a pudesse utilizar nos seus documentos oficiais. Depois de dois anos em discussão, os censores discordavam de quase tudo e baixaram os braços. Havia apenas uma decisão tomada: uma vez que a letra y não tem, em português, uma pronúncia diferente da letra i, poderia com vantagem ser abolida. Até que alguém se lembrou: não podemos! Não podemos, porque el-rey se escreve com ípsilon... e sua majestade “assim escreve na sua real firma”. […] A obsessão com o que não se pode fazer, em Portugal em geral e em particular, ganha sempre à ideia do que se pode fazer» («O y do rey», Público, 14.4.2008, p. 42). Vale a pena ler toda a crónica.
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