Outros retoques
Há muitos anos que leio a imprensa regional. Por vezes, leio o Diário do Minho. Na edição de quinta-feira passada, dia 9, a surpresa foi ler na crónica de Rita Cunha, intitulada «(Des)acordo ortográfico» (p. 2), a seguinte pergunta: «Por que teremos de ser nós, portugueses, a adaptar a nossa língua ao português do Brasil, quando nós é que usamos a verdadeira Língua Portuguesa?» Eu podia começar por perguntar se acha que a «verdadeira Língua Portuguesa» inicia assim as interrogativas, mas não o faço. Pergunto antes o que a leva a pensar e a escrever que somos os únicos donos da língua. Tanto quanto sei, a língua é de todos os falantes. A autora conclui admitindo que não é contra alguns «retoques» na língua portuguesa, mas não os do Acordo Ortográfico de 1990. Já vi por aí este argumento cosmético, sempre desacompanhado de programa, para podermos avaliar.
Há muitos anos que leio a imprensa regional. Por vezes, leio o Diário do Minho. Na edição de quinta-feira passada, dia 9, a surpresa foi ler na crónica de Rita Cunha, intitulada «(Des)acordo ortográfico» (p. 2), a seguinte pergunta: «Por que teremos de ser nós, portugueses, a adaptar a nossa língua ao português do Brasil, quando nós é que usamos a verdadeira Língua Portuguesa?» Eu podia começar por perguntar se acha que a «verdadeira Língua Portuguesa» inicia assim as interrogativas, mas não o faço. Pergunto antes o que a leva a pensar e a escrever que somos os únicos donos da língua. Tanto quanto sei, a língua é de todos os falantes. A autora conclui admitindo que não é contra alguns «retoques» na língua portuguesa, mas não os do Acordo Ortográfico de 1990. Já vi por aí este argumento cosmético, sempre desacompanhado de programa, para podermos avaliar.