Com efeito!
Há um fenómeno que é o «efeito (de) estufa», não é assim? Muito bem. E há gases associados a este fenómeno, não é? Estabelecido isto, passemos a determinar se são os gases que causam o fenómeno ou se, pelo contrário, é o fenómeno que origina os gases.
O que os especialistas em climatologia afirmam é que certos gases, como o dióxido de carbono, o metano, o óxido de diazoto, o hexafluoreto de enxofre, o hidrofluorcarboneto, entre outros, criam uma espécie de cobertura, como a de uma estufa, sobre a Terra, deixando entrar a luz solar e impedindo a saída do calor. Uma estufa gigantesca, pois. São os gases, então, que criam o fenómeno, que por isso mesmo se designa por «efeito de estufa». E finalmente, «gases com efeito de estufa» ou «gases de efeito de estufa»?
É verdade que tanto a preposição «de» como a preposição «com» relacionam por subordinação, mas sempre lemos e escrevemos: «detergente com efeito ambientador», «ténis com efeito calmante», «chás com efeito relaxante», «casamento religioso com efeito civil», «plantas com efeitos medicinais», «agravos com efeitos suspensivos», «fármacos com efeito secundário» (quase todos)… Todavia, ultimamente, começou a aparecer muito a expressão «gases de efeito de estufa». Até pela repetição da preposição «de» se deveria evitar. «De acordo com a autarquia, a iniciativa pretende contribuir para a “beneficiação ambiental, através da redução de gases de efeito de estufa”» («Protocolo permite plantar 16 mil árvores em Loures», Meia Hora, 23.6.2008, p. 6).
Há um fenómeno que é o «efeito (de) estufa», não é assim? Muito bem. E há gases associados a este fenómeno, não é? Estabelecido isto, passemos a determinar se são os gases que causam o fenómeno ou se, pelo contrário, é o fenómeno que origina os gases.
O que os especialistas em climatologia afirmam é que certos gases, como o dióxido de carbono, o metano, o óxido de diazoto, o hexafluoreto de enxofre, o hidrofluorcarboneto, entre outros, criam uma espécie de cobertura, como a de uma estufa, sobre a Terra, deixando entrar a luz solar e impedindo a saída do calor. Uma estufa gigantesca, pois. São os gases, então, que criam o fenómeno, que por isso mesmo se designa por «efeito de estufa». E finalmente, «gases com efeito de estufa» ou «gases de efeito de estufa»?
É verdade que tanto a preposição «de» como a preposição «com» relacionam por subordinação, mas sempre lemos e escrevemos: «detergente com efeito ambientador», «ténis com efeito calmante», «chás com efeito relaxante», «casamento religioso com efeito civil», «plantas com efeitos medicinais», «agravos com efeitos suspensivos», «fármacos com efeito secundário» (quase todos)… Todavia, ultimamente, começou a aparecer muito a expressão «gases de efeito de estufa». Até pela repetição da preposição «de» se deveria evitar. «De acordo com a autarquia, a iniciativa pretende contribuir para a “beneficiação ambiental, através da redução de gases de efeito de estufa”» («Protocolo permite plantar 16 mil árvores em Loures», Meia Hora, 23.6.2008, p. 6).
6 comentários:
Faltou apenas mencionar o vapor de água, cuja importância no efeito de estufa é frequentemente negligenciada.
Fernando Ferreira
Discordo. Se eu escrevi «entre outros», não falta nenhum.
Compreendo a sua posição, Hélder. Mas trata-se de levar em conta a magnitude relativa da contribuição das diferentes substâncias para o efeito de estufa.
Um exemplo num outro contexto(adaptação de uma notícia publicada recentemente):
“A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) ainda não obteve um consenso para uma reunião de urgência com vista a travar a queda do preço do petróleo, declarou o ministro da energia argelino, Chakib Khelil. Fazem parte da OPEP, entre outras nações, a Líbia, a Arábia Saudita, a Nigéria e Angola.”
Está errado? Não. Mas...
Fernando Ferreira
Talvez eu tenha sido um pouco brusco. Peço desculpa. Tem razão, tendo em conta a importância da questão.
Cordialmente,
Helder Guégués
Não há motivo para pedir desculpa, Hélder. Louvo, no entanto, a sua atitude.
Aproveito para lhe agradecer pela existência deste magnífico blogue, que visito com regularidade e no qual tenho aprendido imenso.
Pena é que haja muito poucas pessoas que pautem o seu trabalho pelo mesmo rigor que o Hélder tem demonstrado aplicar naquilo que faz. Continue assim, por favor!
Fernando Ferreira
Obrigado pelas suas palavras. É para leitores críticos e exigentes como o Fernando que escrevo.
Cordialmente
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