16.6.08

Género de «tesão»


Palavras erectas


      Esta noite sonhei com Veronica Lake. Como este não é, contudo, um blogue confessional, género de que nem sou leitor, quanto mais fazedor, não vou avançar nem mais um milímetro na narração onírica. Em vez disso, vou centrar-me noutra questão. Mas também mete, animem-se!, sexo — o sexo das palavras, o género. Não há praticamente semana em que não leia a palavra «ênfase» usada como se fosse do género masculino. Para aquelas criaturas permissivas que falam da legitimidade trazida pelo uso, breve ou longo, localizado ou estendido, a palavra já há-de ser de ambos os géneros, aposto. Não para mim. Nos últimos tempos, outra palavra me tem aparecido travestida: «tesão». Com vossa licença. É comprovadamente de um só género, e não é o feminino, mas sim masculino. É, com a palavra «tensão», divergente do latim tensiōne. Duplamente divergente: na acepção e no género. O tesão, pois.