2.6.08

Gujjares; Rajastão

Consultem uma gramática

«Pelo menos 35 pessoas morreram nos últimos três dias, em violentos confrontos entre manifestantes da etnia Gujjar e a Polícia indiana, na província do Rajastão, anunciaram ontem as autoridades. Num dos incidentes, em Bharatpur, a Polícia disparou sobre manifestantes, matando 15 pessoas, e em Sikandra outros 20 morreram. Os Gujjar exigem ser reconhecidos como grupo étnico, de forma a terem privilégios no acesso ao emprego e à educação» («Morrem 35 da etnia Gujjar em protestos», Meia Hora, 26.5.2008, p. 7).
«Nos subúrbios de Nova Deli e nas ruas de Jaipur, a capital do Rajastão indiano, reivindicava-se ontem a despromoção social. Os elementos de uma tribo que vive do pastoreio e da agricultura de subsistência, os gujjares, querem ser colocados na base da escala social. Assim, ganharão acesso às quotas na Administração Pública e no ensino criadas para as castas deserdadas» («Tribo indiana exige despromoção social», Global/Diário de Notícias, 30.5.2008, p. 11).
«Confrontos em vários pontos da província indiana do Rajastão provocaram ontem mais quatro mortos, elevando para 43 o número de vítimas desde que há mais de uma semana os gujjares iniciaram uma campanha exigindo o acesso a benefícios atribuídos às castas dos deserdados» («Violência prossegue na Índia», Abel Coelho de Morais, Diário de Notícias, 31.5.2008, p. 34).
Digamos que aproveito um pouco de cada um dos textos: do Meia Hora retenho as maiúsculas, porque se trata do nome de um povo, e do Global mantenho o plural, como acho que sempre se deve fazer, afeiçoando o vocábulo à língua portuguesa: Gujjares. No fundo, não muito diferente do inglês: «As protests of the Gujjars, who are demanding ST status, spread to fresh areas, the community living in the North-East will also take up the cudgels and launch an agitation in support of the cause» («Gujjars to protest in North East soon», 31.5.2008, The Times of India).
Apraz-me ver que a nossa imprensa tende a abandonar a grafia inglesa no nome do Estado. Rajastão se deve, de facto, escrever. E província ou Estado? Tanto quanto sei, foi sob Akbar, o imperador mogol, que o Rajastão foi criado como província unificada. Mas isso foi no período moderno do Rajastão. Na pós-independência, o Rajastão (que antes se chamava Rajputana) passou a ser um Estado, composto de 33 distritos. Vê-se, é verdade, indiferentemente ser referido como província ou Estado.

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