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A meio de nada
«Inaugura amanhã a exposição bibliográfica Baptista Bastos — Prosador do Mundo, no Museu do Neorealismo, em Vila Franca de Xira, pelas 17.00. […] Mais informações online, em www.museudoneorealismo.pt» («Percurso de Baptista Bastos em exposição», Diário de Notícias, 9.5.2008, p. 44). Primeiro, pensei (eu sou todo boa-fé) que era um erro de simpatia: como no URL está sem hífen, o jornalista teria escrito da mesma forma: neorealismo. Decidi ver na Internet e encontrei a imagem que está em cima. Ora, nem pelas regras do Acordo Ortográfico de 1945 nem pelas do Acordo Ortográfico de 1990 se escreve assim. De facto, estabelece a Base XXIX, 2.º, do Acordo Ortográfico de 1945: «Compostos formados com os elementos de origem grega auto, neo, proto e pseudo, quando o segundo elemento tem vida à parte e começa por vogal, h, r ou s: auto-educação, auto-retrato, auto-sugestão; neo-escolástico, neo-helénico, neo-republicano, neo-socialista; proto-árico, proto-histórico, proto-romântico, proto-sulfureto; pseudo-apóstolo, pseudo-revelação, pseudo-sábio.» O Acordo Ortográfico de 1990, na sua Base XVI («Do hífen nas formações por prefixação, recomposição e sufixação»), 2.º, a), por sua vez, consigna que não se emprega hífen «nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s, devendo estas consoantes duplicar-se, prática aliás já generalizada em palavras deste tipo pertencentes aos domínios científico e técnico. Assim: antirreligioso, antissemita, contrarregra, contrassenha, cosseno, extrarregular, infrassom, minissaia, tal como biorritmo, biossatélite, eletrossiderurgia, microssistema, microrradiografia».
Podem ser influências futebolísticas, com a ida de Mourinho para Itália. Em italiano é que se escreve neorealismo. Preferia que estivesse escrito, numa antecipação do Acordo Ortográfico de 1990, «neorrealismo» (como também se escreve em espanhol), porque sempre seria de acordo com alguma regra.
A meio de nada
«Inaugura amanhã a exposição bibliográfica Baptista Bastos — Prosador do Mundo, no Museu do Neorealismo, em Vila Franca de Xira, pelas 17.00. […] Mais informações online, em www.museudoneorealismo.pt» («Percurso de Baptista Bastos em exposição», Diário de Notícias, 9.5.2008, p. 44). Primeiro, pensei (eu sou todo boa-fé) que era um erro de simpatia: como no URL está sem hífen, o jornalista teria escrito da mesma forma: neorealismo. Decidi ver na Internet e encontrei a imagem que está em cima. Ora, nem pelas regras do Acordo Ortográfico de 1945 nem pelas do Acordo Ortográfico de 1990 se escreve assim. De facto, estabelece a Base XXIX, 2.º, do Acordo Ortográfico de 1945: «Compostos formados com os elementos de origem grega auto, neo, proto e pseudo, quando o segundo elemento tem vida à parte e começa por vogal, h, r ou s: auto-educação, auto-retrato, auto-sugestão; neo-escolástico, neo-helénico, neo-republicano, neo-socialista; proto-árico, proto-histórico, proto-romântico, proto-sulfureto; pseudo-apóstolo, pseudo-revelação, pseudo-sábio.» O Acordo Ortográfico de 1990, na sua Base XVI («Do hífen nas formações por prefixação, recomposição e sufixação»), 2.º, a), por sua vez, consigna que não se emprega hífen «nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s, devendo estas consoantes duplicar-se, prática aliás já generalizada em palavras deste tipo pertencentes aos domínios científico e técnico. Assim: antirreligioso, antissemita, contrarregra, contrassenha, cosseno, extrarregular, infrassom, minissaia, tal como biorritmo, biossatélite, eletrossiderurgia, microssistema, microrradiografia».
Podem ser influências futebolísticas, com a ida de Mourinho para Itália. Em italiano é que se escreve neorealismo. Preferia que estivesse escrito, numa antecipação do Acordo Ortográfico de 1990, «neorrealismo» (como também se escreve em espanhol), porque sempre seria de acordo com alguma regra.
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