2.8.08

Índices remissivos

Ponto por ponto

      Depois de ter visto, recentemente, a apologia das notas de rodapé, agora foi a vez de o índice remissivo ser exaltado. «É verdade que existem índices remissivos nos livros, mas muitos não os têm — Portugal é um caso dramático nesse aspecto —, e os índices são por definição incompletos. Seria absurdo um livro impresso com um índice remissivo de todas as palavras nele empregues. E, mesmo nos elementos em que ele faz sentido, é com frequência imperfeito, como o é qualquer tarefa humana, em particular as que envolvam maçada. Escrever pode ser ou não divertido, mas fazer índices de termos quase de certeza que não o é» («Vem aí o papel electrónico», Luís M. Faria, Expresso/Actual, 26.07.2008, p. 21). Um livro impresso com um índice remissivo de todas as palavras nele empregadas faz lembrar o mapa à escala 1:1 do conto de Jorge Luis Borges. «Con el tiempo, esos Mapas Desmesurados no satisficieron y los Colegios de Cartógrafos levantaron un Mapa del Imperio que tenía el tamaño del Imperio y coincidía puntualmente con él.»

2 comentários:

Ricardo disse...

Já fiz um índice de nomes e outro de passos citados. Foi a coisa mais chata que fiz na minha vida, mas estes índices são de enorme importância. A Cambridge University Press e a Oxford University Press publicam sempre índices, o que vem a ser de enorme utilidade.

Helder Guégués disse...

Já perdi a conta de quantos fiz, e estou cada vez mais convicto das duas coisas: que fazê-los é uma maçada e que para o leitor são muito úteis.