Nem agora
Em alguns jornais, a confusão entre motoristas e camionistas, entre greve e paralisação continua a fazer estragos. Até no Jornal Económico, publicação em que, quanto a estas matérias, se devia ter mais cuidado, se lê: «Aquele que foi o principal instigador da greve de camionistas [Silvino Lopes] que no início de Junho lançou o quase-pânico em Portugal não tem dúvidas, o regresso à greve “é normal que aconteça”» («Camionistas admitem voltar à greve», Filipe Paiva Cardoso, Jornal de Negócios, 9.09.2008, p. 40). Ao longo de todo o texto, ora se fala em «greve», ora em «paralisação». Ora em «camionistas», ora em «motoristas». Em que ficamos? Como é que os camionistas — quase sempre identificados como os donos dos camiões e não como os seus condutores —, entidades empregadoras, fazem greve, querem explicar-me? O artigo citado diz ainda que «alguns motoristas envolvidos no protesto decidiram lançar uma nova associação, a Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas (ANTP)». O equivalente, digamos, a os revisores lançarem uma associação de editores…
O artigo 605.º do Código do Trabalho proíbe o lock-out, definindo-o como «qualquer decisão unilateral do empregador que se traduza na paralisação total ou parcial da empresa ou na interdição do acesso aos locais de trabalho a alguns ou à totalidade dos trabalhadores e, ainda, na recusa em fornecer trabalho, condições e instrumentos de trabalho que determine ou possa determinar a paralisação de todos ou alguns sectores da empresa ou desde que, em qualquer caso, vise atingir finalidades alheias à normal actividade da empresa».
Em alguns jornais, a confusão entre motoristas e camionistas, entre greve e paralisação continua a fazer estragos. Até no Jornal Económico, publicação em que, quanto a estas matérias, se devia ter mais cuidado, se lê: «Aquele que foi o principal instigador da greve de camionistas [Silvino Lopes] que no início de Junho lançou o quase-pânico em Portugal não tem dúvidas, o regresso à greve “é normal que aconteça”» («Camionistas admitem voltar à greve», Filipe Paiva Cardoso, Jornal de Negócios, 9.09.2008, p. 40). Ao longo de todo o texto, ora se fala em «greve», ora em «paralisação». Ora em «camionistas», ora em «motoristas». Em que ficamos? Como é que os camionistas — quase sempre identificados como os donos dos camiões e não como os seus condutores —, entidades empregadoras, fazem greve, querem explicar-me? O artigo citado diz ainda que «alguns motoristas envolvidos no protesto decidiram lançar uma nova associação, a Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas (ANTP)». O equivalente, digamos, a os revisores lançarem uma associação de editores…
O artigo 605.º do Código do Trabalho proíbe o lock-out, definindo-o como «qualquer decisão unilateral do empregador que se traduza na paralisação total ou parcial da empresa ou na interdição do acesso aos locais de trabalho a alguns ou à totalidade dos trabalhadores e, ainda, na recusa em fornecer trabalho, condições e instrumentos de trabalho que determine ou possa determinar a paralisação de todos ou alguns sectores da empresa ou desde que, em qualquer caso, vise atingir finalidades alheias à normal actividade da empresa».
A obrigação de saber isto impende sobre o jornalista e o editor, não sobre o revisor, naturalmente. Alguém tem de saber. Nem que seja a mulher da limpeza.
2 comentários:
Não é um coment+ario, mas uma pergunta:
há alguma palavra piortuguesa que correspoinda ao inglês «mailing» - correio dirigido a muita gente-por ex. aos associados de uma associação qualquer?Eu não consigo encontrar...e há uma amiga que embirra fortemente com estrangeirismos...
Cara Amélia,
Parece-me que, no caso que refere, «circular» substitui vantajosamente o termo inglês.
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