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No Jornal das Nove de ontem, na Sic Notícias, Mário Crespo entrevistou longamente o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, o juiz-conselheiro Noronha do Nascimento. O tema de fundo era a posição dos juízes no combate à violência. A determinada altura, foram passadas imagens do tiroteio na Quinta da Fonte, em Loures. De facto, parecia Beirute ou Sadr City. E Mário Crespo questionou se «bramir armas assim»… Sim, repetiu pouco depois, «bramir armas». Fui, por precaução, ver todas as acepções do verbo «bramir». Nada, nem em sentido figurado, nenhuma delas diz respeito a armas, como suspeitava. Fiz uma pesquisa na Internet, e lá estava — mas que parvoíce não está na Internet?
Seria «brandir armas» que Mário Crespo queria dizer. Isso sim, é usual dizer-se, embora no caso fosse sempre em sentido figurado, pois brandir uma arma é elevá-la para melhor descarregar o golpe. Como nas imagens só se viam caçadeiras, só à coronhada se podiam brandir aquelas armas. Noutras línguas novilatinas também existe o verbo. Em catalão, diz-se brandir, brandar ou brandejar. Em castelhano, blandir. Em galego, brandir: «Soster na man [unha arma ou outra cousa], axitándoa no aire ou facéndoa oscilar en sinal de ameaza. Brandi-la espada» (in Diccionario da Real Academia Galega). Em sentido figurado, brandir também é «agitar de modo ameaçador». E Noronha do Nascimento esteve quase para brandir o dedo indicador quando Mário Crespo quis que o presidente do STJ explicasse o que era o imperativo categórico kantiano…
No Jornal das Nove de ontem, na Sic Notícias, Mário Crespo entrevistou longamente o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, o juiz-conselheiro Noronha do Nascimento. O tema de fundo era a posição dos juízes no combate à violência. A determinada altura, foram passadas imagens do tiroteio na Quinta da Fonte, em Loures. De facto, parecia Beirute ou Sadr City. E Mário Crespo questionou se «bramir armas assim»… Sim, repetiu pouco depois, «bramir armas». Fui, por precaução, ver todas as acepções do verbo «bramir». Nada, nem em sentido figurado, nenhuma delas diz respeito a armas, como suspeitava. Fiz uma pesquisa na Internet, e lá estava — mas que parvoíce não está na Internet?
Seria «brandir armas» que Mário Crespo queria dizer. Isso sim, é usual dizer-se, embora no caso fosse sempre em sentido figurado, pois brandir uma arma é elevá-la para melhor descarregar o golpe. Como nas imagens só se viam caçadeiras, só à coronhada se podiam brandir aquelas armas. Noutras línguas novilatinas também existe o verbo. Em catalão, diz-se brandir, brandar ou brandejar. Em castelhano, blandir. Em galego, brandir: «Soster na man [unha arma ou outra cousa], axitándoa no aire ou facéndoa oscilar en sinal de ameaza. Brandi-la espada» (in Diccionario da Real Academia Galega). Em sentido figurado, brandir também é «agitar de modo ameaçador». E Noronha do Nascimento esteve quase para brandir o dedo indicador quando Mário Crespo quis que o presidente do STJ explicasse o que era o imperativo categórico kantiano…