6.9.08

Queiroz, Queirós


Lá isso é verdade


      Carlos Queiroz, o seleccionador nacional, nasceu em Nampula a 1 de Março de 1953. O leitor não sabia? Então, ao contrário do que julga, não é culto. Adiante. Por vezes lê-se que os indivíduos cujo nome foi registado antes do acordo ortográfico de 1945 podem usar este apelido com a forma então vigente: Queiroz. Ora, terá o pai de Carlos Queiroz registado o filho antes de 1945? Não me parece, não é possível registar nascituros. E oito ou nove anos antes…
      Quase tudo o que se refere à ortografia dos nomes próprios gera polémica, bem sei. Não me vou eximir a ela. Sei que há professores que corrigem os seus alunos quando estes escrevem «Eça de Queiroz». Que é «Queirós», de acordo com a ortografia actual, argumentam. Bem, então parece que a regra tem esta excepção implícita: os indivíduos cujo nome foi registado antes do acordo ortográfico de 1945 podem usar este apelido; se já morreram, podem escrever-se conforme à ortografia em vigor. É isso? Felizmente, a Fundação Eça de Queiroz não acatou estas pseudo-regras. E não tenho notícia de alguém pretender corrigir o nome do seleccionador…

Actualização em 13.09.2008


      «Queiroz no bilhete de identidade. O sobrenome do seleccionador nacional criou sempre muita confusão quanto à forma como se escreve. Nos jornais uns escrevem Queiroz [,] outros Queirós, na realidade no bilhete de identidade está escrito Carlos Queiroz» («África espalhada pela casa», Diário de Notícias/DN Sport, 12.09.2008, p. 24).

2 comentários:

simplesmente Maria disse...

É interessante este artigo. Ainda há pouco estive na Fundação Eça de Queiroz, concelho de Baião, e tive oportunidade de questionar um elemento do seu quadro técnico sobre a ocorrência do "z" na grafia do apelido.
Por outro lado, tiro de estante, quase ao acaso, dois livros:
- "Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea", Universidade Aberta, coordenação do Professor Carlos Reis;
- "Álbum de Família", ensaios de Óscar Lopes, Editorial Caminho.
Em ambos é usada a grafia com "s" e o competente diacrítico na vogal "o".
É por coisas como estas que gosto muito da língua portuguesa.

Anónimo disse...

Tenho 24 anos e assino QueiroZ assim como todos da minha família aqui no Brasil...