Perspectivas erradas
O leitor R. A. escreveu sobre alguns bordões usados incorrectamente nos meios de comunicação social: «Ouvem-se muito as expressões “desse ponto de vista” e “do meu ponto de vista” sem que os seus emissores se dêem/deem conta do seu real significado ou sentido. É exemplo flagrante o de Luís (desse ponto de vista) Delgado, comentador residente na SIC Notícias.
Creio bem que a equivalência entre “na minha opinião” e “do meu ponto de vista” não é exacta/exata, nem unívoca: muitas das minhas opiniões não dependem da posição onde me encontro! Por outro lado, responder à opinião do meu interlocutor com um “desse ponto de vista” pode ser interpretado como um “isso é o que tu dizes, por estares aí ou por seres o que és”, quando, muitas vezes, o contexto em que é usado esse bordão é manifestamente outro.
Outros bordões são também curiosos por parecerem revelar, inconscientemente, que, até ao momento em que são ditos, não se estava a ver bem: é o caso de Mário (vamos lá a ver) Crespo, também da SIC Notícias.»
Se o recurso, quase sempre inconsciente, a bordões linguísticos empobrece a comunicação, o uso de bordões inadequados é o cúmulo da falta de reflexão sobre os limites e significados da linguagem. Em pessoas que todos os dias entram em nossas casas pela televisão ainda é mais censurável essa irreflexão. É uma agravante.
O leitor R. A. escreveu sobre alguns bordões usados incorrectamente nos meios de comunicação social: «Ouvem-se muito as expressões “desse ponto de vista” e “do meu ponto de vista” sem que os seus emissores se dêem/deem conta do seu real significado ou sentido. É exemplo flagrante o de Luís (desse ponto de vista) Delgado, comentador residente na SIC Notícias.
Creio bem que a equivalência entre “na minha opinião” e “do meu ponto de vista” não é exacta/exata, nem unívoca: muitas das minhas opiniões não dependem da posição onde me encontro! Por outro lado, responder à opinião do meu interlocutor com um “desse ponto de vista” pode ser interpretado como um “isso é o que tu dizes, por estares aí ou por seres o que és”, quando, muitas vezes, o contexto em que é usado esse bordão é manifestamente outro.
Outros bordões são também curiosos por parecerem revelar, inconscientemente, que, até ao momento em que são ditos, não se estava a ver bem: é o caso de Mário (vamos lá a ver) Crespo, também da SIC Notícias.»
Se o recurso, quase sempre inconsciente, a bordões linguísticos empobrece a comunicação, o uso de bordões inadequados é o cúmulo da falta de reflexão sobre os limites e significados da linguagem. Em pessoas que todos os dias entram em nossas casas pela televisão ainda é mais censurável essa irreflexão. É uma agravante.
1 comentário:
A opinião é sempre subjectiva e,por isso,depende da perspectiva ou ponto de vista em que o sujeito está.
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