22.2.09

Palavras oxítonas


Post aberto a Belmiro de Azevedo

Os hipermercados também são responsáveis pela difusão de muitos erros ortográficos. É sabido que neles não se pode comprar peru, mas perú. E quem diz peru diz caju. Como vêem na imagem, o Continente comercializa caju — mas com acento. O acento deve ser porque é caju brasileiro (e eu até prefiro o indiano). Bem, caro Eng. Belmiro de Azevedo, onde está essa responsabilidade social?
É caju que se escreve. A regra, tal como está consignada na Base XV do Acordo Ortográfico de 1945, estabelece: «Quando as vogais tónicas i e u estão precedidas de ditongo, mas pertencem a palavras oxítonas e são finais ou seguidas de s, levam acento agudo: Piauí, teiú, tuiuiú; teiús, tuiuiús.» Assim, abacaxi, bambu, caju, canguru, colibri, nu, peru, rubi e algumas outras não terem acento enquadra-se nas excepções, pois aquelas vogais finais, seguidas ou não de s, não são precedidas de ditongo.
As palavras oxítonas ou agudas — nomes comuns, mas também antropónimos e topónimos — existem em muito maior número na variante brasileira do português, o que se deve à herança das línguas indígenas.

2 comentários:

Anónimo disse...

Já agora podia acrescentar que o AOLP (1990), na sua Base X, mantém a mesma regra. Sempre nos vamos habituando a ele já que está para breve a sua adoção.

Helder Guégués disse...

No texto do Acordo Ortográfico de 1990, a regra até é mais completa e tem mais exemplos.