Com o alto paitrocínio
«O Instituto Português da Juventude (IPJ) assistiu na passada semana à assinatura de contratos-programa com associações de todo o País, no âmbito do PAI, o Programa de Apoio Infra-Estrutural», escreveu José Furtado na edição de 30 de Outubro de 2008 no Jornal Reconquista, de Castelo Branco. Que título poderia ter um artigo que aborda este questão? Isso mesmo: «Associações recebem PAItrocínio para obras».
Esta amálgama, «paitrocínio», corre há anos por aí, pela boca dos falantes de português. Também os Brasileiros a usam. É exactamente este processo de criação vocabular que distingue a escrita de Mia Couto, como também distinguiu a obra do genial Guimarães Rosa. A nova palavra, o neologismo, deriva da junção de dois lexemas num só. Justamente num estudo académico sobre a amálgama na obra de Mia Couto, escrevem Ana Margarida Belém Nunes e Rosa Lídia Coimbra: «Não será difícil imaginar que algumas palavras, nos dias de hoje, se conhecidas e divulgadas, facilmente entrariam no léxico da Língua Portuguesa. Isto porque, cada vez mais, tentamos dizer muito de forma breve e clara (pensemos, por exemplo, nas mensagens de telemóvel), é muita a informação que nos chega e que a todo o momento queremos fazer passar» (in «Estudo da amálgama e do seu valor em Mia Couto». Aveiro: Centro de Línguas e Culturas, 2007).
«O Instituto Português da Juventude (IPJ) assistiu na passada semana à assinatura de contratos-programa com associações de todo o País, no âmbito do PAI, o Programa de Apoio Infra-Estrutural», escreveu José Furtado na edição de 30 de Outubro de 2008 no Jornal Reconquista, de Castelo Branco. Que título poderia ter um artigo que aborda este questão? Isso mesmo: «Associações recebem PAItrocínio para obras».
Esta amálgama, «paitrocínio», corre há anos por aí, pela boca dos falantes de português. Também os Brasileiros a usam. É exactamente este processo de criação vocabular que distingue a escrita de Mia Couto, como também distinguiu a obra do genial Guimarães Rosa. A nova palavra, o neologismo, deriva da junção de dois lexemas num só. Justamente num estudo académico sobre a amálgama na obra de Mia Couto, escrevem Ana Margarida Belém Nunes e Rosa Lídia Coimbra: «Não será difícil imaginar que algumas palavras, nos dias de hoje, se conhecidas e divulgadas, facilmente entrariam no léxico da Língua Portuguesa. Isto porque, cada vez mais, tentamos dizer muito de forma breve e clara (pensemos, por exemplo, nas mensagens de telemóvel), é muita a informação que nos chega e que a todo o momento queremos fazer passar» (in «Estudo da amálgama e do seu valor em Mia Couto». Aveiro: Centro de Línguas e Culturas, 2007).
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