26.3.09

Sobre «real»


Na real gana

Em 1834, a rainha D. Maria II enviou ao Porto o coronel João Ferreira Sarmento com uma carta para a Junta Provisória escrita «pelo seu real punho», noticiava a imprensa da época. Palavras evocam palavras: ao ler «pelo seu real punho», lembro-me logo do Paço do Lumiar. Há ali um, muito bom, restaurante chamado Tertúlia do Paço. Mais expressivo ainda, o Real Colégio de Portugal, que pertence ao Grupo Lusófona, também tem sede ali e decerto que o qualificativo advém somente da localização. Mais monárquico será a Real Funerária, também na zona, que até faz desconto a militantes (com as quotas pagas?) do Partido Popular Monárquico, um irrecusável incentivo a deixar-se morrer mais cedo. Numa república, tudo o que for ou aparentar ser monárquico será, no mínimo, alvo de atenção. As palavras têm um valor conotativo efectivo, real.

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