7.4.09

Ortografia: «contramensagem»

Muito bonito, mas…

… incorrecto: «Em Madrid, a cidade que se segue, já está a funcionar a contra-mensagem cristã: “Deus existe. Goza a vida em Cristo”» («Ateístas espanhóis adoptam campanha britânica sobre rodas», Susana Salvador, Diário de Notícias, 11.01.2009, p. 37). Não se escreve assim agora nem se vai escrever assim na vigência do novo acordo ortográfico. Segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1945, somente se emprega hífen nos compostos formados com o prefixo contra quando o segundo elemento tem vida à parte e começa por vogal, h, r ou s: contra-almirante, contra-harmónico, contra-regra, contra-senha. O Acordo Ortográfico de 1990 só veio trazer uma alteração: nas formações em que o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s, estas consoantes duplicam-se: contrarregra, contrassenha. Exemplos correctos: «“Por imperativo de cidadania. Escrevi-o pro bono [a título gratuito], e por saber que podia pôr os meus conhecimentos de Direito Constitucional ao serviço de uma causa que me parece essencial não ser adiada mais tempo”» («“Direitos fundamentais são contramaioritários”», Fernanda Câncio entrevista Isabel Mayer Moreira, constitucionalista, Diário de Notícias, 29.09.2008, p. 63). «Por essa altura, já havia contra-anúncios em que um cowboy, chapéu Stetson na cabeça, dizia para outro cowboy: “Bob, tenho um enfisema”» («Drogados em dívidas», Ferreira Fernandes, Notícias Sábado, 12.02.2009, p. 4). «Frank pede-me desculpa, caso tenha ofendido algum valor moral meu. Não ofendeu, mas vou fazer-lhe uma contraproposta de metade-metade. Espero que isso não o ofenda» («Ao computador todos temos cara de tansos», Ferreira Fernandes, Diário de Notícias, 20.4.2008, p. 11).

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