12.5.09

Os limites da revisão

É pêra, mas não é doce

Foi alegria de pouca dura: na edição de sábado passado da revista Única, num texto assinado por Teresa Resende, lia-se «pêra-rocha», tal como eu perguntava aqui porque não se escrevia assim. Das oito ocorrências, só uma, na entrada, é grafada com hífen. Uma das ocorrências não vale, pois é o nome da associação de produtores: Associação Nacional de Produtores de Pêra Rocha (ANPPR). Ou vale? É que a autora do texto corrigiu, de qualquer modo, a grafia da designação da associação, já que no sítio da ANPPR o vocábulo «pêra» está grafado incorrectamente *pera. O que suscita a questão, que já uma vez aqui aflorei, da legitimidade de corrigir, num texto que se está a rever, o nome oficial de uma dada entidade. Imaginemos que no nosso texto se refere o Instituto Inter-Universitário de Macau. Ora, se o elemento de formação de palavras inter- apenas é seguido de hífen quando o segundo elemento tem vida própria e começa por h ou por um r que não se ligue foneticamente ao r anterior, correcto seria interuniversitário. O que acham os leitores? Talvez no dia 1 de Junho proponha a mesma reflexão na conferência integrada no curso de formação avançada em Revisão e Edição de Texto ministrado na Universidade Católica Portuguesa (UCP), para a qual fui convidado.

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