1.6.09

Registos de língua

Falemos em changana

      O último texto do provedor dos leitores do Diário de Notícias, Mário Bettencourt Resendes, foi inteiramente dedicado, a propósito da reclamação de um leitor, ao registo de língua. Eis um excerto do texto: «O provedor pensa, mesmo assim, que cabe a um jornal que se reclama de “referência” ou de “qualidade” uma atitude de rigor e exigência neste domínio. Ou seja, uma coisa é a transcrição, em discurso directo, de palavras de terceiros que podem ser relevantes para o conteúdo de uma matéria noticiosa, outra, assaz diferente, é a incorporação, no texto do jornalista, de termos que, embora utilizados em algum “português coloquial”, não cumprem os requisitos mínimos de elegância (que não é antónimo de simplicidade) que se esperam de um jornal “bem escrito”» («Uma lição de português», 30.05.2009). Recentemente, lia-se, a respeito do chefe inglês Jamie Oliver, na Notícias Sábado: «Segundo a Reuters, o mediático mestre cuca assinou contrato com a cadeia norte-americana ABC para um reality show nas cidades mais afectadas pela obesidade» («Mestre cuca muda gordos da América», 23.05.2009, p. 14). Certo, é na secção «Gente». Vejam então um exemplo de excesso de informalidade no outrora seriíssimo diário: «Mandou matar marido e leva 19 anos de prisão» (Amadeu Araújo, Diário de Notícias, 14.05.2009, p. 21). Andam distraídos ou é o novo estilo?

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