29.6.09

«V2»

Como um foguete

      Durante a Segunda Guerra Mundial, os Alemães lançaram V2 sobre Londres. Atingiam velocidades supersónicas ou ultra-sónicas: mais de cinco vezes a velocidade do som. As pessoas só as ouviam quando já tinham atingido o solo. Mas as V2 eram o quê? Em inglês, diz-se rocket. Numa tradução, vejo vertido por foguetão, mas, ao ouvir este vocábulo, mais depressa me ocorre a imagem de um veículo utilizado para transportar satélites artificiais e lançá-los em determinada órbita e para exploração do espaço cósmico do que a de uma arma de deflagração que se projecta à distância. Mas também tenho visto as V2 referidas como foguetes, pois um «foguete» é também um projéctil autopropulsionado. Finalmente, tenho lido igualmente que a V2 é um míssil, pois este é um «projéctil equipado com dispositivo motopropulsor, autoguiado, teleguiado ou não guiado, que pode atingir velocidades supersónicas e alcançar distâncias da ordem dos milhares de quilómetros e é geralmente usado como arma, para atingir um alvo» (Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora). O que acham os meus leitores?

4 comentários:

Anónimo disse...

Penso que, neste caso e dadas as suas dimensões, «foguete» é o termo mais apropriado, embora «míssil» também esteja correcto.
Uma outra questão: se levarmos em conta que V2 significa, no original, «Vergeltungswaffe 2», isto é, "arma de retaliação 2", não deveria ser feminino («As pessoas só as ouviam», «Mas as V2 eram o quê», etc.)?

Fernando Ferreira

Helder Guégués disse...

Sim, podia ser do género feminino, mas no texto pressupus sempre, elidindo, que seria ou um foguete ou um foguetão ou um míssil, todos eles substantivos do género masculino.

Anónimo disse...

Caro Helder:

Pegando nas suas próprias palavras: "Sendo TAC acrónimo de Tomografia Axial Computadorizada, deveria ter dito «uma TAC». Há linguistas que consideram aceitável atribuir-se-lhe o género masculino, quando se subentender que está a ser feita uma referência ao exame complementar de diagnóstico que é a TAC, mas tal argumentação não me convence."
Também não estou convencido.

Fernando Ferreira

Helder Guégués disse...

Ocorreu-me essa argumentação quando lhe respondi ao outro comentário, mas depois ignorei-a. Mas tem razão: será do género feminino.