6.7.09

«Focus group» = grupo de discussão


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      Também acho, caro Francisco C., que a expressão «grupo de foco», tão usada em certas áreas, e que pretende traduzir o inglês focus group, pouco diz ao leitor médio (conceito, já o disse aqui uma vez, que deve mais ao conceito jurídico do que à abstracção, l’homme moyen, do matemático belga Quételet [1796–1874]). Mesmo «grupo-foco», considerado mais correcto por alguns, não diz grande coisa. O foco português é muito diverso do focus inglês. Focus group traduzir-se-á bem por grupo de discussão. É verdade que dizemos que algo está em foco quando está em evidência ou em discussão. Em contrapartida, não dizemos que alguém é o foco das atenções (to be the focus of attention), mas sim que é o centro das atenções. Como também não pedimos a ninguém para se focar no trabalho (focus on work), antes para se concentrar no trabalho. Há muitas acepções iguais, naturalmente, tanto mais que o étimo de focus e de «foco» é o mesmo. Assim, dizemos foco sísmico querendo significar a zona do interior da Terra onde se origina um sismo, isto é, o hipocentro (de que falámos aqui), e em inglês diz-se the focus of an earthquake. De acordo com o étimo, foco anda à volta de luz e fogo, ainda que metaforicamente. Assim, ao local de um forno onde se põe a matéria combustível dá-se o nome de foco, assim como à parte do cachimbo onde se queima o tabaco, também conhecida por fornilho.

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