Ainda pior
Aos vinte e cinco dias do mês de Setembro de dois mil e nove… Há a falsa crença de que nas actas e nas obras de literatura não se podem usar algarismos. Algarismos, só na numeração das páginas. «Fiz com que a minha mãe me cortasse todas as rastas quando estava no Segundo Ano — ela ainda as tem numa caixa de madeira com as fotografias dela, a sua bijutaria hippie e um bilhete amarelecido do Festival de Glastonbury de há séculos» (Azul Mar, Cathy Cassidy. Tradução de Cristina Queiroz. Lisboa: Livraria Civilização Editora, 2009, p. 10). Se eu já achava estranho que a maioria dos professores que conheço escreva «2.º Ano», concluo agora que em algumas editoras o discernimento não é maior. Por outro lado, ainda não vejo o vocábulo «rasta» dicionarizado, ao contrário de «rastafári», «rastafarianismo» e «rastafariano».
Aos vinte e cinco dias do mês de Setembro de dois mil e nove… Há a falsa crença de que nas actas e nas obras de literatura não se podem usar algarismos. Algarismos, só na numeração das páginas. «Fiz com que a minha mãe me cortasse todas as rastas quando estava no Segundo Ano — ela ainda as tem numa caixa de madeira com as fotografias dela, a sua bijutaria hippie e um bilhete amarelecido do Festival de Glastonbury de há séculos» (Azul Mar, Cathy Cassidy. Tradução de Cristina Queiroz. Lisboa: Livraria Civilização Editora, 2009, p. 10). Se eu já achava estranho que a maioria dos professores que conheço escreva «2.º Ano», concluo agora que em algumas editoras o discernimento não é maior. Por outro lado, ainda não vejo o vocábulo «rasta» dicionarizado, ao contrário de «rastafári», «rastafarianismo» e «rastafariano».
Actualização em 23.10.2009
Mas vai sendo usado todos os dias: «Pedro é o mesmo jovem de 17 anos e rastas compridas que na passada sexta-feira teceu duras críticas à política seguida pela ministra da Educação, na presença desta e do Presidente da República» («O jovem que desafiou a ministra da Educação quer um país que tenha as pessoas em conta», Renato Duarte, Público, 22.10.2009, p. 10).
3 comentários:
Coisas assim incomodam muito mais: "se tens de corrigir algo, ou redimir-te de algo, faz-lo agora. Não esperes para mais tarde." http://aeiou.expresso.pt/entrevista-com-nick-cave-o-romancista-negro=f535765
Isabel Leite da Silva
"Rastas" são os tubos de cabelos enrolados que os rastafáris usam. Se a palavra ainda não existe em qualquer dicionário da língua portuguesa devia, pois é a tradução de "dreadlocks" para o português. Acho que neste aspecto (e noutros) a nossa língua desenvolve-se demasiado lentamente.
Para além disto, não percebo por que raio "rastafári" tem acento na penúltima sílaba. Lê-se diferentemente de "rastafari"?
Todas as palavras graves terminadas em i levam acento. Exemplos: «júri» e «táxi».
Caso curioso é o da palavra «sari» (vestimenta indiana). Aparece sem acento em muitos dicionários, mas como a sua pronúncia corresponde à de uma palavra grave, deveria levar acento: «sári».
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