14.9.09

«Juíza de linha», «juiz-árbitro»

Serena, Williams

      O revisor antibrasileiro tem razão: a categoria de juiz-árbitro, no ténis, é um conceito redundante. Peguem num dicionário e consultem os verbetes «juiz» e «árbitro». Nas acepções relativas ao desporto vemos, respectivamente: «o que, em jogos ou provas desportivas, fiscaliza a observância das regras; árbitro» e «indivíduo que, em jogos desportivos, fiscaliza a observância das regras». É como juntar dois cavalos: não dá nada, não há prole. Eu sei: especificidades do desporto. Também andou bem o revisor ao emendar para juíza de linha, pois sabia que tinha sido uma mulher a desempenhar a função. Contudo, se afirma seguir sempre o que regista o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, edição de 2003, teria de ter grafado juíza-de-linha (que também regista juiz-de-campo). O Dicionário Houaiss regista juiz de linha, e a meu ver bem, pois escreve-se juiz de direito, por exemplo.

1 comentário:

Franco e Silva disse...

No "Vocabulário Ortográfico da Língua Potuguesa", de Rebelo Gonçalves, Coimbra Ed., 1966: juiz de Direito, juiz de fora, juiz de paz e juiz dos órfãos, o que reforça a sua opinião quanto a dever ser JUIZ DE LINHA e JUIZ DE CAMPO (e no futuro A. O. também será, porque acaba este tipo de «tracinhos»...);
e apesar da redundância em JUIZ-ÁRBITRO, também assim seria (agora hifenizado), como juiz-conselheiro (na obra citada).
Como curiosidade, na mesma referência bibliográfica, e bem,
juiz-do-mato e juiz-do-rio, porque nomes de animais e Juiz-Forano e Juiz-Forense (de Juiz de Fora), porque etnónimos.