14.9.09

Sobre «suprir»

Ora bem


      «A central do Pego supre 11 por cento da electricidade em Portugal e é o segundo maior emissor de CO2 no país» («Central do Pego estuda enterramento de CO2», Público, 10.09.2009, p. 22). O verbo suprir não é muito usado, e muito menos esta acepção de abastecer, prover. Etimologicamente, o verbo latino suppleō (subpl-), ēvī, ētus, ēre significava tão-somente «encher de novo». Na frase, não foi usado como transitivo indirecto, pois não tem o complemento regido pela preposição a (com certos verbos, com a preposição para). Como bitransitivo ou biojectivo (e Maria Tereza de Queiroz Piacentini lembra «que já não se fala em “bitransitivo”, mas em “transitivo direto e indireto”), também não. Que acham os meus leitores?

Actualização às 16.42

      Só a Academia Brasileira de Letras me respondeu: «O verbo suprir pode ser regido pelas preposições de, com e a. (TDI: supri-lo de, com...) A construção: ...supre 11% da electricidade em Portugal ...está correta. Suprir a uma família (TI).»

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