Mal ensinados
«Para o primeiro-ministro italiano, as revelações que nos últimos meses têm vindo a público sobre as suas festas privadas não passam de “calúnias”, contra as quais — garante — tem o direito de se defender com todos os meios ao seu alcance. “Um chefe de governo que vê como se difama o seu próprio país por parte de uns diários ensinados e que está calado sem reagir não tem o direito de recorrer aos meios legais para defender que isso não é liberdade de Imprensa, mas que se chama na realidade difamação?”, questionou o primeiro-ministro» («“Há canalhas na Imprensa”», Ricardo Ramos, Correio da Manhã, 17.09.2009, p. 31). «Diários ensinados»? No sítio da TVI, a tradução, porque é disso que se trata, ainda era pior: «“Um chefe do Governo que vê como se difama a seu próprio país por parte de uns diários leccionados e que esteve calado sem reagir, não tem o direito de recorrer a meios legais para defender que isso não é liberdade de imprensa mas se chama difamação?», assinalou o primeiro-ministro.» O diário La Stampa reproduziu as declarações do primeiro-ministro italiano: «Un capo del governo che vede diffamare il proprio Paese da giornali chiaramente imbeccati, che è stato zitto per tutto il tempo senza reagire, non ha nemmeno il diritto di adire alle vie legali per sostenere che questa non è libertà di stampa ma si chiama diffamazione?» A palavra é então imbeccati, particípio do verbo imbeccare, usado aqui em sentido figurado: «Istruire qlcu., suggerendogli cosa dire o cosa fare.» Industriados, instruídos, doutrinados seriam boas traduções.
«Para o primeiro-ministro italiano, as revelações que nos últimos meses têm vindo a público sobre as suas festas privadas não passam de “calúnias”, contra as quais — garante — tem o direito de se defender com todos os meios ao seu alcance. “Um chefe de governo que vê como se difama o seu próprio país por parte de uns diários ensinados e que está calado sem reagir não tem o direito de recorrer aos meios legais para defender que isso não é liberdade de Imprensa, mas que se chama na realidade difamação?”, questionou o primeiro-ministro» («“Há canalhas na Imprensa”», Ricardo Ramos, Correio da Manhã, 17.09.2009, p. 31). «Diários ensinados»? No sítio da TVI, a tradução, porque é disso que se trata, ainda era pior: «“Um chefe do Governo que vê como se difama a seu próprio país por parte de uns diários leccionados e que esteve calado sem reagir, não tem o direito de recorrer a meios legais para defender que isso não é liberdade de imprensa mas se chama difamação?», assinalou o primeiro-ministro.» O diário La Stampa reproduziu as declarações do primeiro-ministro italiano: «Un capo del governo che vede diffamare il proprio Paese da giornali chiaramente imbeccati, che è stato zitto per tutto il tempo senza reagire, non ha nemmeno il diritto di adire alle vie legali per sostenere che questa non è libertà di stampa ma si chiama diffamazione?» A palavra é então imbeccati, particípio do verbo imbeccare, usado aqui em sentido figurado: «Istruire qlcu., suggerendogli cosa dire o cosa fare.» Industriados, instruídos, doutrinados seriam boas traduções.
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