30.12.09

Acordo Ortográfico

Público não segue


      Sob um título errado, «Por que rejeitamos o acordo», o editorial do jornal Público de hoje explica porque é que não vai aplicar as regras do Acordo Ortográfico de 1990, e assegura: «Vamos continuar a escrever a nossa língua como a escrevemos hoje. Os nossos colunistas terão total liberdade de escolha, mas a redacção escreverá notícias baseadas em “factos”, sem “espectáculo” mas com “acção”.» Bem, o espectáculo e a acção dos jornais que vão adoptar as regras do acordo serão diferentes, mas os factos são de certeza os mesmos. Mas têm razão numa afirmação: «há ainda uma última e fatal fragilidade neste acordo — as regras definidas são facultativas. Para que serve então um acordo global se, afinal, é indiferente escrevermos António ou Antônio?» Ecoa aqui, até nos exemplos, a opinião do linguista António Emiliano: «Para o linguista, porém, o mais grave, sobretudo para o ensino, é o facto de “o acordo falar repetidamente de facultatividade”. Um exemplo: “Posso passar a escrever o meu nome como António ou Antônio, as duas formas passam a ser oficiais. Posso até escrever António numa linha e Antônio na seguinte e ninguém pode dizer que está errado.” («Aplicar a nova ortografia em 2010 é uma precipitação?», Alexandra Prado Coelho, Público, 30.12.2009, p. 3).

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