É verdade que disruption vem do vocábulo latino disruptio,onis, mas isso pouco importa, pois mais de metade do léxico do inglês tem origem no latim. A verdade é que, como afirma Fernando Navarro, e a afirmação aplica-se inteiramente ao falante de português, «buena parte de los anglicismos que utilizamos ofrecen amplia información al lector u oyente de habla inglesa, pero escasa o nula al de habla española» («La terminología médica en español: ¿está enfermo el lenguaje médico?», in E. Ortega Arjonilla, M. A. García Peinado y otros (eds.), IV Simposio Internacional Traducción, Texto e Interferencias. El español, lengua de cultura, lengua de traducción, Almagro, 2005). O falante de espanhol estranha que o Diccionario de la Real Academia Española (DRAE) não registe disrupción mas registe disruptivo. O falante de português estranhará que os nossos dicionários (sim, mesmo o Houaiss) registem disrupção mas não disruptivo. E mais: o DRAE regista como étimo de disruptivo o vocábulo inglês disruptive; os nossos dicionários apontam como étimo de disrupção o vocábulo latino disruptio,onis. E ainda que haja quem a disruptor endócrino (do inglês endocrine disrupter) prefira desregulador endócrino, a generalidade dos médicos usa e aconselharia, se alguém perguntasse, o desaconselhável anglicismo.
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