Mal precatados
«Confesso que o meu pobre latim tropeçava até mesmo na tradução de “auri sacra fames”, pois me inclinava por traduzir “sacra” como “sagrada”, até descobrir, com a ajuda do dicionário latino, que Virgílio usou a palavra com o sentido de abominável, execrável, infame. Convertida a “sagrada fome de ouro” em “execrável fome de ouro”, munia-se o articulista de uma epígrafe honrosa para fustigar a corrupção pretérita e presente» («A eterna corrupção», Sérgio da Costa Franco, Zero Hora, 13.12.2009). Mesmo que seja somente para brincar, o que Sérgio da Costa Franco, historiador, advogado, promotor público, jornalista, professor brasileiro, afirma leva-nos aos falsos cognatos ou falsos amigos, contra os quais nem todos os tradutores se precatam. O verso em causa pertence à Eneida, de Virgílio. Na epígrafe, o autor cita dois versos deste poema épico e a respectiva tradução:
«... Quid non mortalia pectora cogis
Auri sacra fames!
A que não obrigas os corações humanos,
Ó execranda fome de ouro!»
(Virgílio, Eneida. Livro III)
«Confesso que o meu pobre latim tropeçava até mesmo na tradução de “auri sacra fames”, pois me inclinava por traduzir “sacra” como “sagrada”, até descobrir, com a ajuda do dicionário latino, que Virgílio usou a palavra com o sentido de abominável, execrável, infame. Convertida a “sagrada fome de ouro” em “execrável fome de ouro”, munia-se o articulista de uma epígrafe honrosa para fustigar a corrupção pretérita e presente» («A eterna corrupção», Sérgio da Costa Franco, Zero Hora, 13.12.2009). Mesmo que seja somente para brincar, o que Sérgio da Costa Franco, historiador, advogado, promotor público, jornalista, professor brasileiro, afirma leva-nos aos falsos cognatos ou falsos amigos, contra os quais nem todos os tradutores se precatam. O verso em causa pertence à Eneida, de Virgílio. Na epígrafe, o autor cita dois versos deste poema épico e a respectiva tradução:
«... Quid non mortalia pectora cogis
Auri sacra fames!
A que não obrigas os corações humanos,
Ó execranda fome de ouro!»
(Virgílio, Eneida. Livro III)
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