É como ler um livro
Na rubrica Modus Vivendi, que se insere no programa Janela Aberta, do Rádio Clube Português (RCP), o médico Pedro Barreiros falou ontem de sinais e sintomas das doenças. Um excerto: «Para mim e para a maior parte dos meus colegas, a coisa mais importante que existe na relação entre o médico e a pessoa que o procura, o doente, é aquilo que o doente diz. É evidente que nós temos de perceber aquilo que o doente diz. O doente fala, muitas vezes, de uma maneira regionalista, usando termos que nós, nós é que temos obrigação de ir à procura, de perceber o que é que esses termos querem dizer. Por exemplo, nalgumas regiões [mas creio que somente no Alentejo], o termo “fezes” aplica-se como “dor”, como “preocupação”. “O meu filho dá-me muitas fezes.” Portanto, nós temos de perceber isso. Alguns sinais de algumas doenças. A zona, nalgumas zonas do País, chama-se cobrão. Como o eritema da zona se passa ao longo do trajecto do nervo, o povo pensava, antes de saber que aquilo se trata de uma doença transmitida por um vírus, pensava que era uma cobra que tinha passado e que tinha deixado aquele rasto. Portanto, nós temos de perceber aquilo que os doentes nos dizem. É como ler um livro. A pior coisa que uma pessoa pode fazer quando lê um livro é virar a página sem ter percebido exactamente o significado das palavras da página que acabou de ler.»
Infelizmente, também disse: «Ele [o doente] pensa que a asma é uma doença extremamente grave, de insuficiência respiratória, quando a asma é também um sindroma que pode ter várias causas, e nós temos de perceber qual é a ideia que ele tem sobre elas.» Síndroma ou síndrome são vocábulos esdrúxulos e do género feminino. Quanto a cobrão, muitos dicionários gerais registam o termo, definindo-o como a inflamação de um nervo ou de gânglios nervosos, caracterizada pela erupção de vesículas na pele, tipicamente na região dorsal.
Na rubrica Modus Vivendi, que se insere no programa Janela Aberta, do Rádio Clube Português (RCP), o médico Pedro Barreiros falou ontem de sinais e sintomas das doenças. Um excerto: «Para mim e para a maior parte dos meus colegas, a coisa mais importante que existe na relação entre o médico e a pessoa que o procura, o doente, é aquilo que o doente diz. É evidente que nós temos de perceber aquilo que o doente diz. O doente fala, muitas vezes, de uma maneira regionalista, usando termos que nós, nós é que temos obrigação de ir à procura, de perceber o que é que esses termos querem dizer. Por exemplo, nalgumas regiões [mas creio que somente no Alentejo], o termo “fezes” aplica-se como “dor”, como “preocupação”. “O meu filho dá-me muitas fezes.” Portanto, nós temos de perceber isso. Alguns sinais de algumas doenças. A zona, nalgumas zonas do País, chama-se cobrão. Como o eritema da zona se passa ao longo do trajecto do nervo, o povo pensava, antes de saber que aquilo se trata de uma doença transmitida por um vírus, pensava que era uma cobra que tinha passado e que tinha deixado aquele rasto. Portanto, nós temos de perceber aquilo que os doentes nos dizem. É como ler um livro. A pior coisa que uma pessoa pode fazer quando lê um livro é virar a página sem ter percebido exactamente o significado das palavras da página que acabou de ler.»
Infelizmente, também disse: «Ele [o doente] pensa que a asma é uma doença extremamente grave, de insuficiência respiratória, quando a asma é também um sindroma que pode ter várias causas, e nós temos de perceber qual é a ideia que ele tem sobre elas.» Síndroma ou síndrome são vocábulos esdrúxulos e do género feminino. Quanto a cobrão, muitos dicionários gerais registam o termo, definindo-o como a inflamação de um nervo ou de gânglios nervosos, caracterizada pela erupção de vesículas na pele, tipicamente na região dorsal.
[Post 2869]
2 comentários:
Eu cá escrevo sempre "síndromo" para evitar o feminino que, muitas vezes, me soa mal. Por exemplo: «A síndrome metabólica...»
Mas recordo que já em Agosto passado, em «o género de "síndrome" - Ainda não», o estimado Helder Guégués tinha concordado em que o masculino "síndromo" é uma alternativa.
É uma alternativa, de facto, opinião que não reneguei agora. Têm, contudo, origens diferentes.
Enviar um comentário