4.12.09

Transgressão criadora

Aquela maquina...


      «Wagner [Homem] conheceu Chico quando organizou, em 1989, as letras das canções para o livro de Humberto Werneck “Chico Buarque letra e música”. “Eu fazia a revisão das letras, passava para a editora e esta passava para Chico. Aquela história que conto no livro sobre a letra de ‘Meu caro Barão’ foi na decorrência disso”. Nesta canção, Chico “tira o acento de várias palavras e faz com que rimem com outras (faxina com maquina, dizia com ausencia, lotado com sabado, virgula com ridicula, ouvido com palido). Além disso comete propositadamente erros de concordância em frases como ‘o santo dos ladrão’ e ‘Deu uma cocega /Nos calo da mão’”. Mas, num excesso de zelo, alguém na editora corrigiu os “erros” ortográficos e gramaticais. “Um cara na editora meteu acento em tudo”, ri-se Wagner. Chico acabaria a telefonar a Wagner a pedir-lhe uma justificação...» («Wagner Homem conta “historinha” de Chico», Isabel Coutinho, Público/P2, 4.12.2009, p. 22). Fazia lá falta um revisor filológico — ou, pelo menos, um revisor mais atento.

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