«Eu», escreve Francisco Miguel Valada na edição de hoje do Público, «autor de livro contra o AO 90 [Demanda, Deriva, Desastre — os três dês do Acordo Ortográfico. Alcochete: Textiverso, 2009], sou favorável a uma reforma ortográfica (sob forma de acordo ou sob outra forma), desde que se respeitem os princípios de uma ortografia de base alfabética e que se não limite a sua base teórica a um “critério de pronúncia” vago, errado e ambíguo.
Sou favorável ao Acordo Ortográfico de 1945, com críticas a opções de pormenor, mas não aos seus princípios gerais. Não sou favorável a um Acordo publicitado como “uma das medidas mais urgentes para a unificação da língua portuguesa”, como afirmou Solange Parvaux, em 2004, na Fundação Calouste Gulbenkian, esquecendo que as divergências morfossintácticas e lexicais impedem tal projecto, no mínimo, megalómano. Sou favorável a uma reforma ortográfica que dignifique a minha língua e não a qualquer documento nem a qualquer processo que se baseie exclusivamente em relações de poder, em questões que envolvam “locomotivas” e “inevitabilidade”, quando as razões da ortografia são linguísticas, devendo estas ser escutadas e analisadas por quem de direito e não ofuscadas por luzes que do rigor há muito se afastaram» («Os ii do Acordo Ortográfico, ponto por ponto», p. 31).
Vale a pena ler o artigo todo. Quanto a mim, é o artigo de opinião sobre esta questão mais denso e que mais reflexões propõe. Cito-o, também, a propósito do meu texto «Cada cabeça», em que refiro um artigo de Desidério Murcho. Também eu sou, já há muitos anos que o afirmo, favorável a uma reforma da ortografia, também para aspectos pontuais do Acordo Ortográfico de 1945.
[Post 2988]
1 comentário:
SE ANALISARMOS AS LÍNGUAS PORTUGUESAS BRASIL - PORTUGAL PODEREMOS AVALIAR QUE NÃO HÁ SINGULARIDADES ENTRE AS MESMAS PORÉM DIFERENÇAS GRITANTES, MAS OS ACORDOS VEM DE CIMA PARA BAIXO PODEMOS FAZER O QUE, SÃO QUESTÕES POLÍTICAS.
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