«A guerra civil na República Democrática do Congo é, em grande medida, uma luta pelos recursos naturais do país. A ONU estima que o tráfico desta matéria-prima, usada nos telemóveis e na indústria espacial, tenha valido mais de 750 milhões de dólares, entre 2000 e 2004, aos cofres do Governo» («Coltão», Visão 880, 14.1.2010, p. 55).
Actualmente, ainda nenhum dicionário regista este aportuguesamento — coltão —, que é, contudo, já usado em textos de vária natureza. Em alguns dicionários pode ler-se que coltan é a designação coloquial africana para uma mistura de dois minerais, columbita e tantalita, e que em português se diz columbita-tantalita. Demasiado comprido. Prefiro coltão.
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4 comentários:
Parece-me que a formação da palavra COLTAN(COLumbita e TANtalita) seja mais adequada do que COLTÃO (COLumbita e TÃO, de que?).
A propósito, se em português TAN fôsse para TÃO, a abreviação de "tangente" (TAN) não deveria ir para TÃO?
Comentário do Benévolo, que espera ser esclarecido
Se conseguir explicar-me que analogia há entre o símbolo tan (e não abreviatura, como escreve) e o aportuguesamento de coltan, eu explicarei o que pede. Entretanto, sempre adianto uma coisa: acaso há em português vocábulos terminados em -an que não sejam escassos cultismos, e estes, ainda assim, paroxítonos?
Para Helder Guégués
Sem intenção de polemizar, uma vez que não tenho conhecimento para discutir lingua portuguesa com ninguém, muito menos com um mestre.
Será que tudo deve ser aportuguesado?
O processo FERROSTAN, aplicado na obtenção de folhas-de-flandres eletrolíticas, vai se aportuguesar para FERROSTÃO?
Comentário do Benévolo
Caro Benévolo,
É claro que não — nem eu jamais o advoguei. Contudo, estou convencido de que só por excepção, como último recurso, devemos usar estrangeirismos. E é esta ideia que sempre quis aqui deixar.
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