Foto do jornal A Bola
Onomástica
É o jornal Destak de hoje que o garante: Abel Xavier, antigo internacional português, «converteu-se ao islamismo, recebendo como novo nome Faissal» («Abel Xavier adopta nome islâmico de Faissal», Destak, 25.1.2010, p. 8). Já para A Bola, o jogador foi «baptizado com o nome muçulmano Faisal». Em primeiro lugar, os jornalistas ainda não sabem distinguir islâmico de muçulmano. Em segundo lugar, é irrelevante, face à lei portuguesa, que o jogador «mude» de nome.
Nos controlos alfandegários, o que conta é o documento de identidade em que surja o nome Abel Luís da Silva Costa Xavier. Se renunciar à nacionalidade portuguesa, e para isso tem de ter outra nacionalidade (art. 8.º da Lei n.º 37/81, de 3 de Outubro), não sei como será, mas, se acaso pudesse mudar de nome, e não pode, seria mais provável que a grafia do nome fosse Faiçal (e nenhum, Faisal, Faissal e Faiçal, consta da lista de nomes admitidos). É como o futebolista afirma: «Estamos a falar de uma situação a nível interior.»
[Post 3063]
3 comentários:
Acho deveras interessante uma lista com nomes permitidos para o registro dos filhos. Se cá no Brasil adotássemos essa ideia (claro que, pela grande influência das mais variadas ondas de imigração, teríamos de ser mais tolerantes), não teríamos tantos "nomes" absurdos como vemos nos nossos futebolistas e em gente humilde de modo geral. Para dar um exemplo: o inglês Michael já virou Maico(n); e John já anda por aqui na forma de Djou (ainda é raro, e queira Deus que assim continue).
Isso, claro, para citar adaptações tacanhas (quando bem podiam ser Miguel e João...). Também há que se levar em conta o sem-número de nomes verdadeiramente inventados: Rycharlison, Elkeson, etc.
Já quanto aos nomes islâmicos... Isso sempre achei bobagem.
Como o meu comentário não foi publicado, suponho que não foi levado a sério, mas de facto gostaria de ver elucidada qual a nuance que diferencia islâmico de muçulmano, porque pelo dicinário não vou lá (i.e. são sinónimos). A culpa poderá ser do meu dicionário: mais uma razão para a minha pergunta.
Obrigada.
Enviar um comentário