«[David] Schenk pensou também que, uma vez que o sistema de defesa natural do cérebro, a barreira sanguínea cerebral, não era perfeita e que um pequeno número de partículas indesejáveis estavam sempre a atravessar a fronteira, injectar o beta-amilóide no fluxo sanguíneo resultaria, eventualmente, num certo número de beta-amilóides a entrar no cérebro» (Já não Me Lembro do Que Esqueci, Sue Halpern. Tradução de Pedro Vidal da Silva e revisão de Lídia Freitas. Lisboa: Estrela Polar, 2009, p. 146). Se escrevemos meta-análise, pois a norma permite-no-lo, também deveremos escrever beta-amilóide, pois claro.
No Dicionário Inglês-Português de Termos Bioquímicos da Sociedade Portuguesa de Bioquímica (SPB), é também esta a grafia usada.
[Post 2966]
Actualização no mesmo dia
O Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, acabei de verificar agora, não regista beta-amilóide, apenas betaemissor. Também o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da mesma editora, regista betaemissor. Que o Dicionário Houaiss também regista, assim como a variante betemissor. Ora, eu também escrevo metainformação, pois, nestes casos, a última vogal do primeiro elemento é distinto da primeira vogal do segundo. A propósito, lembro-me agora que na obra que tenho vindo a citar nestes últimos dias se lê neuroimagístico: «Durante a última década, esta questão foi formulada através de uma série de estudos neuroimagísticos utilizando a TEP e a RM funcional...» (Já não Me Lembro do Que Esqueci, Sue Halpern. Tradução de Pedro Vidal da Silva e revisão de Lídia Freitas. Lisboa: Estrela Polar, 2009, p. 94).
1 comentário:
Em comentário anterior (em «Léxico:"meta-análise"») já sublinháramos a nossa preferência por MICROONDAS, POLIINSATURADO, METAANÁLISE, por exemplo. Quanto a ALFA-, BETA-, GAMA-, DELTA- etc consideramos a situação diferente: a palavra não representa exactamente um prefixo, mas a transcrição de uma letra grega, justificada pela dificuldade tipográfica de a escrever (e substituindo-a, pois, pelo seu nome, alternativamente). Isto é, pode equivalentemente escrever-se [a letra grega (alfa, beta, gama etc)] seguida de hífen e posteriormente qualquer outra palavra (comece por que letra comece, vogal ou consoante) desde que isso seja tipograficamente possível.
Teríamos, assim, ALFA-AMINOÁCIDO, ALFA-LACTONA, BETA-AMINÓIDE, BETA-CAROTENO etc. (ou, alternativamente, (a minúsculo grego)-AMINOÁCIDO, (a minúsculo grego)-LACTONA, (bê minúsculo grego)-AMINÓIDE, (bê minúsculo grego)-CAROTENO) etc.
Embora este caso não seja focado no TRATADO DE ORTOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA, de Rebelo Gonçalves, nem no seu VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO da LÍNGUA PORTUGUESA, é-o assim considerado no Aulete Digital [http://www.auletedigital.com.br].
Enviar um comentário